Em discurso no Senado, Collor chama Janot de “filho da puta”

Foto: José Cruz/ Fotos Públicas (12/02/2014)
Foto: José Cruz/ Fotos Públicas (12/02/2014)

Investigado pela Operação Lava Jato, o ex-presidente e atual senador Fernando Collor (PTB-AL) ofendeu de forma clara e direta o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em um discurso proferido nesta quarta-feira (6) no Senado. Durante o pronunciamento, Collor passou alguns minutos se defendendo das acusações de que um grupo ligado a ele teria recebido R$ 26 milhões em propina. Em um momento do discurso, depois de falar que as acusações são ‘caluniosas e infames’, Collor xinga Janot em tom baixo, mas não inaudível: “filho da puta”. 

“As empresas têm contrato social, estão devidamente registradas na junta, tem suas atividades de acordo com o que define a legislação. Se existem parcelas em atraso é uma questão comercial que diz respeito a mim e ao credor, não podendo em tempo algum, sob o risco de uma grave penalização judicial a quem afirma, que tal atraso se deve a recursos escusos. Afirmações caluniosas e infames. Filho da puta”, disse.

Assista ao xingamento de Collor, aos 5:05 do vídeo

Após a ofensa, Collor continuou sua defesa afirmando que as investigações falam de um “grupo de Collor” e que não citam seu nome diretamente. “Que grupo é esse, que ninguém sabe e ninguém viu? Não seria isso uma isca besuntada de elementos jornalísticos rasteiros que os meios fisgam?”, argumentou o senador.

O discurso também foi palco para outras acusações ao procurador-geral. Collor disse que Janot utilizou de vazamento seletivo de informações sigilosas da investigação como uma espécie de estratégia para permanecer no posto, já que Janot concorre novamente à eleição para o cargo. As informações são da Folha de S. Paulo. 

Nesta quarta-feira (5), os resultados mostraram que o atual procurador foi o mais votado e pode permanecer no cargo por mais dois anos. Foram 799 votos, 298 a mais que em 2013 quando concorreu pela primeira vez. O pleito mostrou a força concreta de Janot, que tem sido alvo de retaliações e ameaças por parte dos congressistas que estão vendo seus nomes atrelados a indícios de corrupção na Petrobras.


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