Miriam Dutra, ex-namora do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo que ele usou uma empresa para enviar dinheiro a ela no exterior.
O esquema funcionaria assim: Miriam fingiria trabalhar como prestadora de serviço na área de pesquisa e análise de mercado em dutty free shops e tax free shops (lojas com isenção de impostos) contratada pela Eurotrade, empresa da Brasif com sede nas Ilhas Cayman. Como jornalista, ela faria as pesquisas para a empresa que aposta nessa área de negócio e receberia US$ 3.000 mil mensais pelo trabalho.
O fato é que Miriam afirma jamais ter pisado em dutty free shops para fazer nenhuma análise. Era apenas um esquema para justificar o dinheiro que FHC enviava a ela como ajuda de custo.
Miriam afirma que FHC teria depositado US$ 100 mil na conta da Brasif para pagar o salário dela na Eurotrade. Seria a forma arranjada para enviar o dinheiro a ela sem que ele aparecesse.
FHC manteve um caso extraconjugal com Miriam durante seis anos. Do relacionamento, nasceu Tomás, que FHC sempre ajudou financeiramente, embora nunca o tenha reconhecido oficialmente como filho. Posteriormente, o ex-presidente fez exames de DNA com Tomás, segundo Miriam, escondido dela. Os resultados comprovaram que ele não era o pai biológico de Tomás.
Questionado sobre o esquema, o empresário Jonas Barcellos, dono da Brasif, disse ao jornal que “havia alguma coisa, sim, mas que não sabia se era um contrato” [feito entre ele e FHC]. Barcelos está em Aspen e disse que explicará tudo quando voltar ao Brasil.
Em nota enviada à Folha, Fernando Henrique nega ter usado a empresa Brasif. S.A. Exportação e Importação para enviar ao exterior recursos para ajudar Mirian. O ex-presidente admite, no entanto, ter contas no exterior, ter mandado dinheiro e presentado o filho da jornalista com um apartamento em Barcelona no valor de 200 mil euros.
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