Em janeiro deste ano, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) fez um acordo com a multinacional francesa Alstom, perdoando uma dívida de R$ 116 milhões, segundo publicou neste domingo a Folha de S.Paulo. A Alstom foi contratada em 2008, durante a gestão José Serra (PSDB), para entregar um serviço que aprimorasse a eficiência das linhas 1-azul, 2-verde e 3-vermelha do metrô. Trata-se de um sistema digital que diminui o intervalo entre os trens, permitindo um fluxo mais ágil.
O serviço estava previsto para 2011, porém a multinacional francesa atrasou a entrega, o que fez com que o Metrô ameaçasse romper o contrato em 2012. A Alstom, por sua vez, alegou que o Metrô não fez as obras necessárias para que o sistema fosse implantado. Em 2013 iniciou-se um processo de arbitragem, método para resolver conflitos contratuais de forma mais rápida. Durante o processo, o Metrô afirmou que os atrasos provocaram perdas da ordem de R$ 289,1 milhões, enquanto a multinacional francesa defendeu que a exigência de novas funções teria aumentado o valor do contrato em R$ 173,1 milhões.
Em janeiro deste ano, as empresas chegaram a um acordo, no qual ambas desistiram dos valores reivindicados. A diferença de R$ 116 milhões, relativa à perda alegada pelo Metrô, teria sido perdoada pelo governo estadual. Também ficou estabelecido que a Alstom terá até 2021 para entregar o produto contratado, com um atraso de dez anos em face do acordo inicial.
Desde 2014, está em curso na Justiça Federal de São Paulo uma ação criminal em que executivos da Alstom são acusados de terem subornado a Empresa Paulista de Transmissão de Energia, entre 1998 e 2003, durante as gestões de Mario Covas e Geraldo Alckmin, ambos do PSDB. A empresa também é investigada por envolvimento em um cartel de empresas que teria fraudado licitações de trens em São Paulo, entre 1998 e 2008, durante administrações tucanas.
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