Com a eliminação da “zebra abusada” Thiago Monteiro e da dupla dos mineiros Marcelo Melo e Bruno Soares nesta sexta-feira 26, nas quartas-de-final, o Brasil Open de Tênis 2016 ficou sem representantes brasileiros. A festa, na reta final, foi entregue aos estrangeiros.
No primeiro jogo da rodada deste sábado 27, o argentino Horacio Zeballos e o chileno Julio Peralta garantiram lugar na final de duplas, no domingo 28, ao derrotar os carrascos dos brasileiros Melo e Soares, os argentinos Guilhermo Duran e Andres Malteni, por 2 a 0 (6/1 e 6/4), em 58 minutos. Zeballos e Peralta foram fulminantes sobretudo no primeiro set, quando abriram 4/0 e fecharam a parcial em apenas 23 minutos.
Os adversários de Zeballos e Peralta na final serão os espanhóis Pablo Carreño Busta – 24 anos, 67 do mundo e principal nome da nova geração de tenistas espanhóis – e David Marrero, vice-campeões do Rio Open. Os dois derrotaram, na semifinal, o chileno Hans Podlipnik-Castillo e o eslovaco Andrej Martin por 2 a 1, com parciais de 6/3, 3/6 e 10-6 nosuper tie break.
Como Carreño Busta está nas duas decisões, a final de simples – mais desgastante e teoricamente de maior interesse individual para o tenista –, contra o uruguaio Pablo Cuevas, será às 14h. Antes, portanto, da decisão de duplas, que será disputada não antes das 16h, novamente com Carreño Busta na quadra.
David Marreno é o mais experiente entre todos os finalistas de duplas: venceu 11 títulos em 24 finais. Zeballos tem dois troféus e Carreño Busta levantou a taça no ATP de Quito, no começo de fevereiro, ao lado do argentino Guillermo Duran. O chileno Peralta batalha por seu primeiro título como duplista.
Em simples, Carreño Busta também fez bonito. Chegou à sua primeira final Brasil Open 2016 ao derrotar o compatriota Iñigo Cervantes, em 52 minutos, por 2 a 0 (6/1, 6/1). Busta jogou quatro vezes contra Cervantes e carreira – e venceu todas.
A revelação espanhola não escondeu o entusiasmo. “Estou muito feliz”, confessou. “É fantástico estar nessas finais, sobretudo por ter chegado a elas jogando bem e sendo reconhecido por isso”, festejou o duplo finalista.
Uma curiosidade: nas simples, Carreño Busta só enfrentou espanhóis no Brasil Open até a final. Agora será diferente: vai encarar a parada dura Pablo Cuevas, o uruguaio campeão do Rio Open que chegou também à final do Brasil Open voando, em ótima forma. Se conseguir superar Cuevas, Carreño Busta vai entrar no top 50 do ranking e embolsar o equivalente a R$ 300 mil, prêmio reservado ao campeão do torneio.
Cabeça de chave número três da disputa, ótimo Pablito Cuevas, 1,80 metro de altura, 80 quilos, está jogando provavelmente o melhor tênis de sua carreira. No Rio Open, entre 15 e 21 de fevereiro, eliminou a “zebra abusada” Thiago Monteiro pela primeira vez. E encantou os admiradores de tênis com sua personalidade tranquila e equilibrada, aliada a um jogo límpido, redondo, variado, com golpes seguros do fundo da quadra e incrível precisão para encaixar bolas próximas ou mesmo sobre as linhas da quadra. Foi, assim, o merecido campeão do torneio.
Nesta semana, seguinte à do torneio do Rio, Cuevas, não tem feito por menos. Venceu com tranquilidade, em sua estreia, nas oitavas-de-final, o argentino Facundo Bagnis por 2 a 0 (6/4 e 6/1). Na sequência, virou o jogo contra o cearense Thiago Monteiro nas quartas (4/6, 6/3 e 6/3), eliminando uma vez mais o atual xodó do tênis brasileiro. E, na semifinal deste sábado, manteve o ritmo e o tênis vistoso ao derrotar, por 2 a 0 (6/3 e 6/4), em uma hora e seis minutos de jogo, o sérvio Dusan Lajovic, 76º do ranking mundial.
Invicto há oito partidas, Cuevas terá pela frente a sexta final de sua carreira. Curiosidades: todas essas decisões foram disputadas depois de 2013, ano de seu retorno ao tênis após uma grave contusão no joelho direito. Das cinco finais anteriores – todas no saibro, como será a do Brasil Open -, o uruguaio venceu quatro, duas delas no Brasil.
Cuevas saiu de quadra feliz, apesar de não ter gostado do nível técnico da partida. “Não me pareceu um grande jogo. Fui beneficiado por ter quebrado o serviço antes e me aproveitado os erros dele”, declarou. Sobre a decisão, lembrou as vitórias e a boa fase de Carreño “Acredito que ele acabou se frustrando por não conseguir me quebrar nos =três primeiros games, ele fez alguns gestos que indicavam isso e vi que era um momento de estar tranquilo e apertá-lo um pouco mais”.
Sobre a final deste domingo, o uruguaio destacou as boas vitórias de Carreño Busta. “Ele ganhou suas duas últimas partidas muito bem. Será um adversário difícil, mas essa partida fechará a temporada sul-americana e eu vou fazer de tudo para encerrá-la da melhor maneira possível, com o título”.
O uruguaio lembrou ainda que o joelho direito não o incomoda mais. “Não sinto nada há muito tempo. Sempre confiei que poderia voltar a mostrar meu melhor jogo. Aos poucos, estou mostrando isso”, comemorou.
A final de duplas sugere equilíbrio. Os dois conjuntos fizeram ótimas partidas. Mostraram entrosamento e capacidade de superação durante o torneio. É difícil apontar superioridade concreta de um ou de outro lado.
Mas em simples, Pablito Cuevas, com seu tênis límpido, cativante, eficiente e bonito de se ver, é a aposta de Brasileiros como favorito a conquistar também o bicampeonato do Brasil Open de Tênis neste domingo 27.
Veremos.
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