Estudantes da rede pública de SP desocuparão escolas até segunda-feira

Trinta e sete dias após o início das ocupações das escolas da rede pública de São Paulo, os estudantes do Ensino Médio paulista anunciam que todas as unidades serão devolvidas ao comando do governo até às 12h da próxima segunda-feira, 21. A decisão foi tomada durante assembleias realizadas na noite de ontem, 16. Batizada de Primavera Secundarista, a onda de ocupações teve início nos primeiros dias de novembro, como resposta ao plano de reorganização proposto pelo governador Geraldo Alckmin, medida que implicaria no fechamento de 93 unidades e impactaria a rotina de mais de 310 mil alunos,

Além de provocar um recuo do governador tucano, que suspendeu o plano de reorganização e protelou o debate com os alunos e seus familiares para 2016, a articulação dos estudantes também resultou, em 4.12, nos pedidos de demissão do secretário estadual de Educação, Herman Voorwald, e de seu chefe de gabinete, Fernando Padula. No entanto, os estudantes garantem que as desocupações não decretam o fim das negociações com o governador, pelo contrário, apenas encerraram a primeira etapa do movimento auto-organizado que teve início quando, em 9.11, um grupo  de 20 alunos tomou o comando da Escola Estadual Diadema, no município do ABCD paulista, e inspirou colegas a fazerem o mesmo em mais de duas centenas de escolas – no auge das ocupações, segundo a Apeosp, o sindicato dos professores do estado de São Paulo, 205 colégios foram submetidos ao comando dos estudantes.

O processo de desocupação será gradual e terá início amanhã, 18, a partir das 12h. Na segunda-feira, após a entrega total das escolas os estudantes realizarão, às 17h, um ato público no vão livre do Masp na avenida Paulista. A manifestação tem como objetivo formalizar o fim das ocupações e reiterar o pedido de apoio da população para as pautas que serão colocadas em discussão pelos estudantes no ano letivo de 2016, entre elas, uma ampla reforma curricular da rede pública de ensino, a qualificação do corpo docente e a melhoria de condições de trabalhos para os funcionários terceirizados das escolas.