Estudantes paulistanos realizam maior ato desde as ocupações

Manifestante toca trombone diante de faixa com os dizeres "Alckmin, perdeu playboy" (foto: Marcelo Pinheiro)
Manifestante toca trombone diante de faixa com os dizeres “Alckmin, perdeu playboy” (foto: Marcelo Pinheiro)

No maior protesto de rua desde o início das ocupações de escolas estaduais de São Paulo no início de novembro, estudantes secundaristas da capital paulista reuniram-se na tarde desta quarta-feira, 9, no vão livre do Masp e deram início a uma marcha que segue em direção a Praça do Ciclista, na esquina da avenida Paulista com a rua da Consolação. 

Na via em direção ao centro, o perímetro foi interditado pela CET e a PM – que até o momento destacou um número reduzido de policiais. Ainda não há números oficiais dos participantes, mas a marcha reúne contingente visível ao longo de três quadras da avenida.  

A concentração teve início às 17h. Com o fechamento de uma das vias da Paulista, no sentido centro, a marcha foi iniciada cerca de uma hora depois. O protesto reúne milhares de adolescentes e cidadãos simpáticos à causa dos secundaristas, que exigem a revogação definitiva, e não apenas a suspensão até 2016, do plano de reorganização do sistema de ensino público proposto pelo governador tucano Geraldo Alckmin.

Em meio aos estudantes havia uma trupe de palhaços, fanfarras com instrumentos de percussão e metais motivando gritos de guerra irreverentes, uma enorme faixa branca, conduzida por simpatizantes dos alunos, com os dizeres “Zumbi somos todos nós!” e até uma senhora, solitária, protestando contra a condução morosa do processo judicial que investiga os culpados pela tragédia da Boate Kiss ocorrida em Santa Maria-RS, em janeiro de 2013. 

Segundo o governo do estado, 126 escolas continuam ocupadas. No ápice das manifestações, este número chegou a 205. No último sábado, 5, em cumprimento a promessa feita por Alckmin no dia anterior, foi publicada no Diário Oficial a revogação do decreto de lei que previa a implementação automática para profissionais da rede pública de ensino, do plano de reorganização de Alckmin, no início do ano letivo, em 2016.

O recuo do governador culminou no pedido de demissão do secretário estadual de Educação, Herman Voorwald, e de seu chefe de gabinete, Fernando Padula. No entanto, os estudantes exigem, agora, a extinção do projeto do governador, e pleiteiam ampla reforma no sistema estadual de educação, precário e anacrônico, segundo os alunos, que também exigem melhores condições de trabalho para professores e funcionários terceirizados da rede estadual de ensino público.

No fechamento desta reportagem, às 20h40, a avenida Paulista já estava com as vias liberadas. Parte do grupo de estudantes se dispersava pelas ruas da região central da cidade, sobretudo pela avenida 9 de Julho, em direção ao Vale do Anhangabaú e ao terminal de ônibus da Praça da Bandeira. Outro grupo marchou até o prédio da Secretária Estadual de Educação, na avenida Ipiranga. Às 21h, teve início um confronto entre estudantes e a Polícia Militar, na Praça da República. Segundo a corporação, o embate foi uma reação a ataques de um grupo de black blocs.

Durante a cobertura na avenida Paulista, a equipe de Brasileiros não notou a presença de black blocs no protesto. No entanto, em meio aos estudantes, havia um grupo de cerca de 20 integrantes do movimento anarco-punk, que também vestem-se de preto e costumam cobrir o rosto. 

Veja a seguir uma galeria de fotos do início da manifestação, inquestionavelmente pacífica e irreverente, na avenida Paulista.


Comentários

Uma resposta para “Estudantes paulistanos realizam maior ato desde as ocupações”

  1. Avatar de Welbi Maia Brito
    Welbi Maia Brito

    O governador Geraldo Alckmin já suspendeu a reorganização. Não tem mais cabimento manter os protestos e as invasões das escolas. Muito menos estes atos de vandalismo. Os que continuam são de movimentos partidários com objetivo de colocar a população contra o governador e de tentar tirar o foco dos escândalos do governo Dilma. Apeoesp, MTST, Ubes e Upes, entidades dirigidas pelo PT e PCdoB estão por trás disso.

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