O empresário e ex-senador pelo Distrito Federal Luiz Estevão se entregou na manhã desta terça-feira (8) à Polícia Civil do Distrito Federal. Condenado pelo desvio de verbas públicas destinadas à construção do Fórum Trabalhista de São Paulo, ele teve sua prisão expedida na noite de ontem pela 1ª Vara Federal Criminal de São Paulo. Ele terá de cumprir pena de 31 anos de reclusão pelos crimes de peculato, estelionato qualificado, corrupção ativa, uso de documento falso e participação em quadrilha ou bando.
“Era um cenário que aconteceria em algum momento e terminou por acontecer hoje. Isso ai é uma questão agora para advogado. O que vou fazer é aguardar a expedição do mandado e ficar à disposição da polícia para iniciar o cumprimento da pena, que é minha obrigação, apenas isso”, disse Estevão à Rádio Nacional.
O ex-senador foi condenado, em maio de 2006, pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região por participar de um esquema de fraudes e desvio de recursos da União na construção do prédio do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região em São Paulo.
Estevão foi eleito deputado distrital, em 1994, pelo PP, quando entrou na vida pública. Quatro anos depois, foi eleito senador pelo PMDB do Distrito Federal. No ano seguinte, durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Judiciário do Senado Federal, surgiu como diretamente envolvido com o juiz Nicolau dos Santos Neto no esquema de desvio de verbas das obras do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) na capital paulista.
Em 28 de junho de 2000, por 52 votos a favor, 18 contra e 10 abstenções, tornou-se o primeiro senador a ter o mandato cassado pelo Senado. Em decorrência do processo, chegou a ser preso duas vezes, mas por pouco tempo.
Em 2006, o ex-senador foi condenado a 31 anos pelo desvio de R$ 169 milhões na execução da obra de construção do TRT-SP. Desde então, Estevão apresentou 34 recursos contra a condenação, todos rejeitados pela Justiça.
Em março do ano passado, ele foi preso para cumprir pena de três anos e seis meses por causa da condenação, em outro processo, pelo crime de falsificação de documento, relacionado também às obras da sede do TRT. O ex-senador chegou a cumprir pena em regime semiaberto e estava, até ontem, em prisão domiciliar.
Estevão nasceu no Rio de Janeiro e, com negócios em agropecuária, construção civil, revenda de automóveis e pneus, estação de rádio, e até banco de investimentos, reunidas no Grupo OK, tornou-se um dos maiores empresários do Distrito Federal.
*Com agências
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