Learnfest discute empreendedorismo e inovação

Carlos Souza, do Veduca, Marcelo Cabrol, argentino, gerente do escritório de Relações Exteriores, Nicolas Gautier, franco-suíço, empreendedor e investidor anjo
Carlos Souza, do Veduca, Marcelo Cabrol, argentino, gerente do escritório de Relações Exteriores, Denis Mizne, CEO da Fundação Lemann e Nicolas Gautier, franco-suíço, empreendedor e investidor anjo em debate sobre Mobilização para educação

 

A Campus Party 2014, maior evento de tecnologia da América Latina, não só atraiu nerds, geeks, gamers e fanáticos pelo mundo digital e afins. A programação também abraçou um espaço voltado especialmente para a educação e seu potencial através da tecnologia. O primeiro Learnfest Conference & Festival acontece em São Paulo e tem como objetivo reunir profissionais que são referência em educação para debater os desafios e as oportunidades promissoras para inovar o aprendizado.

Além de discutir modelos de educação não só no Brasil, mas como outras experiências no mundo, o festival busca inspirar aqueles que querem propor novas formas de educar. Tanto que o evento promove competição (com direito a premiação de R$ 1mil) entre empreendedores que desenvolverão novos produtos viáveis com potencial de moldar o futuro da educação.

O evento também reuniu palestrantes. Valmir Pereira, CEO da Mind Lab do Brasil, empresa líder mundial em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias educacionais, foi o primeiro a abrir o ciclo de palestras. “Educação é conteúdo e temos o desafio de desenvolver um conteúdo rico e interativo. A forma também precisa engajar e esse é um desafio tremendo”, destacou.

 “A gente tem uma tendência a pensar que outros países são mais avançados. Mas eles também têm problemas de infraestrutura. E daqui a alguns anos, o acesso à tecnologia não vai ter mais limites. Em termos de educação, eu penso que a principal revolução são aquelas soluções ‘nativas’, pensadas de acordo com a nossa realidade”, completa Valmir.

 O Brasil como potencial cenário para a educação foi destaque entre os palestrantes. “Hoje tudo está mudando, sobretudo a ideia da massificação e da personalização. Eu acho que isso também tem muito a ver com a forma em que a inovação é criada. Antes era muito centralizada e hoje temos o crowdsourcing, o trabalho colaborativo. Estamos em uma era de ouro. Acredito que o campo está aberto para todos, não tem um país que tenha uma vantagem competitiva absurdamente superior. O Brasil está numa posição tão bem quanto 98% dos outros para aproveitar. Temos uma oportunidade única de olhar para esse tipo de colaboração, esse tipo de tecnologia personalizada associada à educação”, defende Denis Mizne, CEO da Fundação Lemann, ONG voltada para a educação.

No pavilhão da Campus Party 2014 destinado às start-ups, muitos dos estandes traziam empresas iniciantes preocupadas em oferecer novas possibilidades em educação ou ainda melhorar a experiência de aprendizado. Brasileiros visitou o festival e conversou com algumas dessas start-ups. O festival Learnfest continua com programação até o dia 1º de fevereiro. Para mais informações, acesse o www.learnfest.org.

 

Agregar para compartilhar

Jeferson dos Anjos, professor universitário que de uma necessidade pessoal criou o Pack Docs, aplicativo que agrega e compartilha conteúdos
Jeferson dos Anjos, professor universitário que de uma necessidade pessoal criou o Pack Docs, aplicativo que agrega e compartilha conteúdos

A Pack docs surgiu de uma necessidade pessoal do professor universitário mineiro Jeferson dos Anjos. Sempre quando precisava compartilhar arquivos com seus alunos, artigos acadêmicos e outros textos, ele via certa dificuldade para distribuir todo conteúdo. Muitos alunos não recebiam ou não tinham acesso. “Deve haver uma forma mais fácil, pensei”, conta Jeferson. Foi em fevereiro de 2013 que ele e outro sócio, também professor, lançaram a Pack Docs, uma plataforma disponível para Android e iOS que agrega conteúdos em “mochilas”, como ele explica. É como um Pinterest mais amplo, já que não se limita a agrupar só imagens. Ao invés de painéis, a Pack Docs agrupa artigos, livros, textos, imagens e também vídeos e conecta pessoas através desse conteúdo online. “Fazemos um trabalho de curadoria. Todo mundo faz pesquisas na Internet e acaba salvando documentos, links, mas não compartilha. Então nossa ideia é que você pegue todo conteúdo e organize no Pack Docs em um modelo que batizamos de mochila. Quando alguém buscar por um conteúdo no Pack, ele poderá encontrar a sua mochila, por exemplo, e passar a te seguir”, explica. Desde o lançamento até hoje, a plataforma conquistou 2 mil usuários e mais de 30 mil documentos armazenados na rede.

Entreter para ensinar

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Fernando Padovan, um dos sócios e criador do Timo Kids, app voltado para crianças

Histórias lúdicas voltadas para um público em formação. Essa é a ideia do aplicativo TimoKids, que oferece literatura infantil com ilustrações 3D destinados a dispositivos móveis. Criação dos sócios Fernando Padovan e Fabiany Lima, o aplicativo foi lançado em novembro de 2013 e pretende além de entreter e ensinar, passar mensagens positivas para o seu público. Outra possibilidade do aplicativo é ouvir a história narrada no idioma nativo e em outros, caso do inglês e espanhol. Uma das expectativas é que a plataforma também atraia escolas de idiomas, unindo a possibilidade da literatura infantil ao ensino de outras línguas. “Futuramente a plataforma vai evoluir para pequenos games dentro das histórias, onde a criança vai passar por um tipo de jogo, um teste, para poder ir adiante com a leitura”, explica Fernando que também comemora que o TimoKids foi um dos selecionados do último Challenge Cup São Paulo, campeonato mundial de start ups que estimula empreendedores a criar soluções inovadoras nas categorias educação, saúde, energia e cidades inteligentes.

Só para adultos

Rogério, Thadeu e Daniel, sócios-fundadores da empresa que cria conteúdo gameficado para educação corporativa
Rogério, Thadeu e Daniel, sócios-fundadores da empresa que cria conteúdo gameficado para educação corporativa

Segundo os criadores da Play Learn, games têm um potencial enorme de cativar a atenção daqueles que já saíram da adolescência há um tempo. Pensando na demanda que há nos treinamentos para empresas, os sócios Daniel Abbiati, Thadeu Constantino e Rogério Favero criaram uma empresa que desenvolve métodos de aprendizagem a partir de jogos digitais. Desde a época da inauguração, há pouco mais de um ano, os três já desenvolveram 12 projetos dos mais diversos e todos focados para a educação corporativa. O método game-based learning é feito sob demanda e todo conteúdo é personalizado de acordo com as necessidades do cliente final, caso de uma empresa que precise capacitar seus funcionários em telemarketing. “A gente utiliza elementos de jogos para engajar, levar essa experiência de interação. Mas o nosso compromisso maior não é o entretenimento, e sim com a educação”, explica Rogério.  Como a demanda pelo produto é crescente, Rogério explica que ele e os sócios pretendem ampliar a possibilidade do ensino baseado em games para outras empresas menores. Nos próximos meses, a Play Learn lançará um portal onde permitirá que um usuário comum, que não tenha conhecimentos técnicos em games e design, possa criar ali dentro do portal novos conteúdos voltados para a educação corporativa. 


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