Nem mesmo a Forbes – a famosa revista norte-americana de economia – aprova o aperto fiscal adotado pelo governo brasileiro para conter a crise econômica. Mais do que isso, em reportagem publicada na terça-feira (22) a publicação afirma que os maiores responsáveis pela crise brasileira são a classe política, que se aproveita da fragilidade do governo para dividir o País de olho nas eleições de 2018.
De acordo com a matéria, Brasília “atira no pé do próprio País com uma espingarda de cano duplo”. “A crise política no Brasil pode até ter começado com o PT e dirigentes da estatal [Petrobras], mas desde que as investigações da Polícia Federal chegaram a oligarcas até hoje intocáveis e a Justiça se aproxima de dirigentes políticos como o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, todo o aparato político do País entrou em desordem. Brasília é agora uma tragédia grega.”
O texto cita a fala da chefe para a América Latina da Fitch Ratings, Shelly Shetty. Para ela, além da impopularidade da presidenta Dilma Rousseff e dos escândalos da Lava Jato, “o Congresso não coopera”.
Para a Forbes, o Brasil está se tornando ingovernável. “A presidenta Dilma Rousseff perdeu apoio até de seu vice-presidente, Michel Temer.” O partido do vice, o PMDB, também estaria “atrapalhando” o Congresso. “Dilma é essencialmente uma presidenta trôpega. Tudo o que ela propõe, o Congresso rejeita. E vice-versa.”
Enquanto isso, o PSDB ainda não teria decidido se prefere derrubar Dilma por meio de um impeachment ou se quer vê-la enfraquecida ao longo de seu último mandato. “Uma Dilma sem forças significa que o PT estará acabado para o momento eleitoral.”
Para a publicação, é improvável que o PT sobreviva até 2018, a menos que a economia cresça. “Longe vão os dias em que veremos o Brasil voltar às taxas de crescimento de 3% a 4%”, lamenta Shetty.
A Forbes cita Vladimir Signorelli, chefe da empresa de pesquisas econômicas Bretton Woods. Ele relaciona o baixo crescimento econômico do Brasil com a atual política de aumento de impostos. “O que estamos vendo é o governo empurrando o Brasil para os braços do FMI”, diz ele.
Para Signorelli, “Lula chutou o FMI para fora do País em seu primeiro mandato, fazendo do Brasil uma nação credora líquida pela primeira vez em sua história”. Mas agora, graças à polícia praticada em Brasília, esse legado está em perigo. “Eu não acho que Dilma tem qualquer noção do que está em jogo.”
O texto conclui em tom desanimador: “Os líderes brasileiros estão cavando a sepultura do País por todos os lados. O que está em jogo é a doutrina econômica liderada pela própria classe política. O resultado? Uma sociedade mais dividida e uma economia fraca que oferece nada além de ativos baratos para os peixes graúdos do FMI.”
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