Grupos de ajuda para homens agressores ganham importância no Brasil

Foto: EBC
A proposta prevê que agressores participem de encontros para discussão e reflexão sobre os motivos pelos quais chegaram ao local. Foto: EBC

Em um edifício público no Paranoá, região do Distrito Federal, um grupo de 15 pessoas se encontra uma vez por semana para falar sobre violência doméstica. O Nafavd (Núcleo de Atendimento a Vítimas e Autores da Violência Doméstica) reúne agressores encaminhados pela Justiça.

Embalados com a discussão da Lei Maria da Penha, o grupo de reflexão e educação de agressores tem começado a ganhar espaço. A proposta prevê que agressores participem de encontros para discussão sobre os motivos que os levaram ao local. O atendimento é feito por psicólogos e assistentes sociais. De acordo com um levantamento feito pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), já existem 25 grupos em nove Estados diferentes. 

Segundo Lúcia Bessa, subsecretária de políticas para as mulheres do Distrito Federal, é necessário um trabalho psicológico com o agressor. “Um homem que já agrediu uma mulher pode voltar a agredir outra se trabalharmos só com ela. Sem isso, é como se não fosse na raiz da questão”.

Entre os temas abordados estão gênero, direito das mulheres, paternidade, Lei Maria da Penha. Segundo a coordenadora do grupo de Paranoá, Izabel Cristina Ribeiro, a maior dificuldade é a cultura machista, que busca justificar a violência.

De acordo com matéria da Folha de S.Paulo, apesar da resistência inicial, o final dos encontros é visto como positivo por participantes ouvidos pela reportagem. Maciel, de 38 anos, ameaçou sua mulher verbalmente e chegou a lhe apontar uma arma por suspeitar que estava sendo traído.

A polícia apareceu horas depois em sua casa e encaminhou Maciel para o Nafavd.  “Saí com outra visão, não que eu fosse violento antes, mas se eu tivesse essa noção sobre violência, não teria cometido isso.”


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