‘Governo Alckmin fecha 913 salas de aula’, denuncia sindicato dos professores

Geraldo Alckmin explica a "reorganização escolar" - Foto: Du Amorim/ A2img
Geraldo Alckmin explica a “reorganização escolar” – Foto: Du Amorim/ A2img

Pesquisa do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) divulgado na última quinta-feira (11) mostra que 913 classes foram fechadas em todo o Estado. O levantamento foi feito por professores e alunos que participaram de ocupações nas escolas no final do ano passado, em protesto contra o projeto de reorganização escolar do governo paulista. Já a Secretaria Estadual de Educação negou o fechamento das salas ao garantir que houve um número menor de matrículas este ano.

De acordo com o sindicato, no entanto, o número pode ser ainda maior, já que o levantamento foi feito levando-se em consideração dados coletados por 39 regiões ou subsedes do sindicato, faltando apurar os dados de outras 54 regiões. “A Apeoesp constatou que em um ano tem um ‘x’ número de salas e, no outro, a classe desaparece. Alguns fatores nos levaram a fazer esse levantamento: [o fato deles, do governo] não receberem matrículas em determinadas séries e fecharem o ensino noturno, por exemplo”, disse Maria Izabel Noronha, a Bebel, presidenta da Apeoesp.

De acordo com ela, Alckmin continuaria reorganizando o ensino paulista apesar do projeto ter sido suspenso pela Justiça. “Apesar da suspensão, ele [governo] mantém a reorganização de pé. E vai fazer isso de forma silenciosa. Se os alunos não acordarem, se os pais não acordarem, amanhã acordaremos com uma reorganização feita na marra”, acrescentou a presidenta da Apeoesp.

Para a presidenta do sindicato, o que está ocorrendo, no entanto, é o “desaparecimento” de matrículas. “Tem cerca de 260 mil alunos que desapareceram no censo do ano passado. Esses alunos não são encontrados nem na rede pública e nem na rede privada. Onde estão esses alunos? Fora da escola. E por que? Por causa dessas políticas equivocadas de ficar fechando turno, que mexem com a vida do aluno, que deixa de estudar.”

Questionada, a Secretaria Estadual de Educação respondeu que algumas escolas têm sido fechadas por causa da queda no número da taxa de natalidade no Estado, ou seja, pela falta de demanda e de matrículas dos alunos. “A Secretaria da Educação reitera que, ao contrário do que o sindicato afirma, o remanejamento de salas se trata de uma ação administrativa que sempre aconteceu. A readequação do número de salas de aula é rotina a cada início de ano letivo. Para 2016, a rede deixou de receber 143.610 mil matrículas”, informou o órgão, por meio de nota.

Segundo a secretaria, as transferências e matrículas comuns no início de ano também contribuíram para a movimentação das salas. “Apenas para exemplificar, em 2014 nos primeiros 15 dias houve pedidos para 107 mil matrículas e 180 mil transferências. Somado, a rede estadual teve 287 mil estudantes se ‘movimentando’, no ano de 2014. Em 2015, só no primeiro dia de aula, foram 18 mil pedidos de matrículas e 36 mil pedidos de transferência. Com todas essas mudanças é natural que haja movimentação de salas”, diz o órgão.

Ocupações

O projeto de reorganização separaria em ciclos alunos com idades entre 6 e 10 anos, adolescentes de 11 a 14 anos e jovens entre 15 e 17 anos. A proposta previa o fechamento de 93 escolas, além do remanejamento de estudantes, afetando um total de 311 mil alunos. Em protesto contra o projeto, estudantes passaram a ocupar as escolas para mostrar a insatisfação com a proposta. A primeira delas ocorreu no dia 9 de novembro, na Escola Estadual Diadema, na Grande São Paulo.

No início de dezembro, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) suspendeu a reorganização escolar. No mesmo mês, a Justiça paulista também se pronunciou sobre o caso, suspendendo o projeto para todo este ano. Em sua decisão, o juiz Luis Felipe Ferrari Bedendi, da 5ª Vara de Fazenda Pública, entendeu que o projeto surpreendeu a comunidade escolar. “Ao se estabelecer medida de ampla afetação social, sem melhor programação e informação, tomou-se a população de percalço, que necessitaria se conformar às alterações promovidas”, disse o juiz, em sua decisão.

*Com Agência Brasil


Comentários

5 respostas para “‘Governo Alckmin fecha 913 salas de aula’, denuncia sindicato dos professores”

  1. Avatar de Kleber Rodrigues
    Kleber Rodrigues

    O governado da Bahia, Rui Costa, está fechando turnos vespertino e noturno de várias escolas para “cortar despesas”…
    Já que o site é brasileiros.com.br, vale a pena falar de todo o Brasil, certo?

  2. O Manso queria é fechar ESCOLA mais como não conseguiu ele fechou SALAS DE AULA que dá na mesma e vamos eleger mais… do seu partido que pode ser Presidente ,Governador,Prefeito e mais uma cambada de ser vergonha

  3. Amigo acorda pra vida. Isso nada tem a ver com oposição, isso tem a ver com qualidade de ensino.
    Faça contas bastante simples por favor! Se em uma escola cada sala de aula tem 35 alunos (a média atual) sendo que essa escola tem 16 sala, teremos quantos alunos ao todo? R: 560. Então de uma hora pra outra resolvê-se que demitirão funcionários dentro desta escola, dentre eles claro professores, entretanto o número de alunos permanece o mesmo, ou aumenta devido a transferências e agora essa escola passa a funcionar com 10 salas ao invés de 16. Considerando a primeira quantidade de alunos nesta escola, independente de qual ano está escola atenda, quantos alunos passarão a ocupar cada sala? (Problema de matemática simples passado entre 5° ano e 7° ano mais ou menos). Resposta: 56 alunos.
    Ou seja, super lotação, o que com certeza implicará na qualidade do ensino oferecido na escola.
    Melhor pensar antes de falar bobagens, OK?

  4. Avatar de Welbi Maia Brito
    Welbi Maia Brito

    A Apeoesp é contra toda e qualquer medida ou mudança proposta pelo Governo de SP. E não é pelo mérito, mas sim por questões político-partidárias. O sindicato é dominado pelo PT e partidos aliados a ele. Por isso, não interessa a proposta que venha de Alckmin, eles serão sempre contra. Os interesses da educação, dos estudantes e até dos professores pra eles não interessa. O importante é fazer oposição ao governo tucano para tentar tirar vantagem eleitoral.

    1. Saiba quem é este Tal “Welbi Maia Brito.

      Assessor Parlamentar
      Secretaria de Estado da Juventude, Esporte e Lazer de São Paulo
      agosto de 2004 – abril de 2006 (1 ano 9 meses)
      Assessor Parlamentar
      Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo
      março de 2003 – janeiro de 2004 (11 meses)
      Oficial de Gabinete
      Presidência da República – Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica
      outubro de 2001 – janeiro de 2003 (1 ano 4 meses)

      Ou seja mais um canalha que é pago para posstar porcarias nas paginas sociais defendendo o seu PATRÃO !

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