Em entrevista à Rádio Estadão na manhã desta quinta-feira (3), o secretário de Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, disse que o prefeito Fernando Haddad está fazendo uma gestão corajosa, principalmente em relação às medidas tomadas para reduzir a mortalidade no trânsito, como a redução da velocidade das avenidas e a implantação de radares. “Quando ouvimos no rádio as mortes causadas pelo trânsito, não podemos ser passivos. Haddad está tomando posições corajosas e cumprindo sua função como gestor público”.
Para Tatto, a redução da velocidade em vias como a marginal do Pinheiros e do Tietê é diretamente responsável pelas novas pesquisas que divulgaram a diminuição do trânsito tanto nas marginais, quanto na cidade em geral. “A lentidão diminuiu 12% nas marginais e 7% em toda a cidade em função do limite de velocidade.”
Os argumentos de Tatto têm fundamento. Uma pesquisa ainda inédita da CET divulgada pela Folha de S. Paulo nesta quinta-feira (3) mostra que, na comparação com o mesmo período do ano passado, foi constatada uma queda de 27% dos acidentes com vítimas (mortos e/ou feridos) nas marginais. Em 2014 foram 159 acidentes, e neste ano o número caiu para 116. O mesmo aconteceu com o número de acidentes em geral nas duas vias. No ano passado, foram registrados 373 acidentes, enquanto em 2015 foram 317.
O secretário ainda disse que “não existe indústria da multa em São Paulo”, e que os radares são fundamentais para fazer valer as novas normas de trânsito estabelecidas. “Antes eram 400 radares e já estamos em 800. A qualidade deles também melhorou, e hoje conseguimos rastrear carros roubados em uma parceria com a Polícia Militar.”, disse.
Fechamento da Av. Paulista
Um dos assuntos debatidos por Tatto foi o fechamento da Avenida Paulista, principal via do centro de São Paulo, para o lazer da população. Um ponto levantado nesta discussão é o fato dos comerciantes serem contra a medida pois, supostamente, estaria fazendo as vendas diminuírem. O secretário rebateu estas afirmações dizendo que a possibilidade de um pedestre fazer uma compra ou entrar em uma loja é muito maior do que um motorista de carro. “Eu tendo a achar que o pedestre consome mais se está a pé. Quando está de carro, ele não estaciona para entrar em uma loja ou consumir algo.”
O secretário ainda afirmou que existe a possibilidade de outras vias serem fechadas para o lazer, como é o caso das avenidas Pacaembu e Sumaré, na zona oeste da capital, mas que isso ficará a cargo das subprefeituras. “É um programa mais amplo, e estamos conversando com as subprefeituras para que partes da cidade sejam ocupadas pelas pessoas. No final de semana, ao invés das pessoas passarem o dia na frente da televisão, elas vão poder utilizar a cidade como lazer”.
Um mapeamento realizado pelas entidades Rede Minha São Paulo e Sampapé no último domingo indicou que 50% dos comerciantes entrevistados se mostraram favoráveis ao fechamento da Avenida Paulista. No total foram consultados 107 estabelecimentos.
CIDE municipal
Uma das ideias defendidas pela gestão do prefeito Fernando Haddad é a municipalização do Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) com o intuito de reduzir o preço da passagem de ônibus. A ideia tem duas frentes, uma que pretende aumentar o imposto da gasolina e reverter estar contribuições para subsidiar as passagens; a outra é mais simples e pretende apenas redistribuir os impostos que já estão presentes no combustível.
A questão do Cide ganhou proporções maiores quando a Fundação Getúlio Vargas divulgou, há duas semanas, resultados de um estudo preliminar que apontam que um aumento de R$ 0,50 na gasolina poderia gerar uma economia de R$ 1,20 no preço das passagens. “A ideia é repassar parte do imposto para a tarifa e atingir o consumidor final. No cálculo da FGV percebe-se que para cada de 10 centavos de aumento na gasolina, 30 centavos são economizados na passagem”, concluiu Tatto.
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