A “Hiper Quinta” do Brasil Open 2016, com nove brasileiros em seis dos 13 jogos programados para a rodada, confirmou uma tendência e um medo.
A tendência: a vitória fácil por 2 a 0, parciais de 6/1 e 6/3, em 50 minutos de jogo. Os mineiros enfrentarão Guillermo Duran e Andres Molteni, da Argentina. Melo analisou a vitória:
– Foi uma boa primeira rodada. A gente começou tentando impor nosso ritmo. A partida serviu, acima de tudo, para a gente perceber os pontos em que precisamos melhorar para seguir na competição.
O medo: uma nova derrota de virada, por 2 a 1 (2/6, 6/4 e 6/3), em 2h02 de jogo, do paulista Thomaz Bellucci, brasileiro melhor colocado no ranking de simples da ATP (35º), para o espanhol Roberto Carballes Baena. Número 122 do ranking, Baena foi eliminado do Brasil Open ainda no qualifying e permaneceu no torneio no torneio porque ocupou, comolucky loser (perdedor sortudo), a vaga aberta pela desistência do argentino Guido Pela, que sentiu uma contusão.
A perda de concentração e a queda brutal de rendimento a partir do segundo set, sobretudo após uma vitória no primeiro, têm sido marcas constantes nas atuações de Bellucci nas últimas temporadas. Além de prejudicar e incomodar o tenista, essas mudanças de comportamento começam a ser registradas com sarcasmo pelo público presente em seus jogos.
Nesta quinta-feira 25, no início do segundo set, foi possível ouvir nas arquibancadas, em conversas reservadas, comentários irônicos como “agora chegou a hora da virada” e “bom, agora é o momento dele (Belluci) começar a entregar”.
E não deu outra: Carballes Baena, que não tem nada a ver com a insegurança de Bellucci e já tinha surpreendido na primeira rodada ao vencer o japonês Taro Daniel (87º), virou a partida de com personalidade e de forma convincente e segue na competição.
Na entrevista coletiva após a derrota, Bellucci alegou ter sentido uma contusão. Não esclareceu qual foi o problema, mas reconheceu os prejuízos provocados pelas oscilações:
– Fisicamente, não consigo manter a intensidade. Tenho um peso muito grande no corpo. No terceiro set comecei a sentir muitas cãibras. Não sei o que acontece. A gente está tentando uma solução para manter uma intensidade razoável. Se eu conseguisse manter uma intensidade alta, jogando bem, teria no mínimo de cinco a dez derrotas a menos por ano. Meu ranking seria outro, meu jogo seria outro, minha atitude em quadra seria outra. Infelizmente não consigo manter a intensidade. Não sei o que acontece: não consigo jogar, meu nível de jogo cai de cem para zero e o cara do outro lado consegue me vencer.
Após a derrota de Bellucci, outra surpresa: o francês Benoit Paire, 21 do mundo e cabeça de chave número um de simples do Brasil Open, foi eliminado pelo sérvio Dusan Lajovic (76º) por 2 a 1, incluindo um pneu (vitória por seis a zero) no primeiro set (6/0, 4/6 e 6/3).
Também nas duplas, o brasileiro André Sá avançou no torneiro ao derrotar, ao lado do argentino Máximo González, os italianos Marco Cecchinato e Paolo Lorenzi por 2 a 0, com parciais de 7/6 (6/4) e 6/1.
A outra dupla de brasileiros, composta pelo mineiro Pedro Bernardo e o gaúcho Guilherme Clezar, foi derrotada por 2 a 1 (6/3, 3/6 e 10/2) pelo chileno Hans Podlipnik-Castillo e Andrej Martin, da Eslováquia.
Quanto a Bellucci, pelo visto o paulista precisa hoje de um bom divã tanto quanto necessita de um apoio físico e técnico eficiente…
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