Dylann Storm Roof, de 21 anos, foi preso no início da tarde desta quinta-feira (18) na cidade de Shelby, na Carolina do Norte. Ele é acusado de ser o autor de um massacre dentro de uma igreja metodista da comunidade afro-americana em Charleston, na Carolina do Sul, na noite desta quarta-feira (17), que culminou na morte de pelo menos 9 pessoas, incluindo o pastor da igreja, Clementa Pinckney.
O caso de Charleston
Em mais um aparente caso de crime de ódio nos Estados Unidos, nove pessoas (seis mulheres e três homens) morreram após um homem branco abrir fogo dentro de uma igreja metodista da comunidade afro-americana em Charleston, na Carolina do Sul, na noite desta quarta-feira (17). Entre as vítimas está o reverendo Clementa Pinckney, que também era senador pelo Estado. As informações são do New York Times.
Um homem branco e loiro, identificado como Dylann Storm Roof, de 21 anos, é o suspeito do crime. Em uma foto publicada em seu Facebook ele aparece trajando uma jaqueta com bandeiras do apartheid, sistema de segregação racial, que vigoraram na África do Sul e na Rodésia, atual Zimbábue. O ataque aconteceu às 21h (22h de Brasília), na Igreja Metodista Episcopal Africana Emanuel. “Acredito que se tratou de um crime de ódio”, disse o chefe da polícia de Charleston, Gregory Mullen, referindo-se ao incidente.
O local é um tradicional reduto religioso da comunidade afro-americana e fica localizado no centro da cidade, que tem 120 mil habitantes. Durante o movimento norte-americano pelos direitos civis, nos anos 1960, a Igreja Metodista Episcopal Africana Emanuel era um destino comum para os líderes das reivindicações, incluindo o pastor protestante e ativista político Martin Luther King Jr. Atualmente, o local é um símbolo da cidade de Charleston e, com capacidade para até 2.500 pessoas, é considerada a maior igreja afro-americana do município.
Em um ato planejado, o atirador entrou na igreja e participou do culto por uma hora antes de se levantar e abrir fogo contra as pessoas. Oito morreram no local e uma pessoa não resistiu aos ferimentos enquanto era levada a um hospital. Uma sobrevivente do ataque ouviu do suspeito que ela ficaria viva para poder contar aos outros o que acontecera.
Outra sobrevivente contou que o agressor se sentou ao lado do reverendo Mullen e conversou com ele longamente durante o culto. De repente, ele se levantou e começou a tirar. O filho da sobrevivente, então, tentou convencer o atirador a parar com a ação, ao que ele teria respondido: “Eu preciso fazer isso. Vocês estupram nossas mulheres e estão tomando nosso país. Vocês precisam ir embora”.
Nesta quinta-feira (18), a polícia revelou imagens de câmeras de segurança que mostram a imagem de um homem que seria o agressor. Ele deixou o local em um sedã preto que também foi capturado pelo vídeo.
Em abril último, um policial branco matou Walter Scott – um homem negro de 54 anos que estava desarmado- com oito tiros em plena luz do dia em uma região muito tranquila da cidade de Charleston. A cena foi gravada por um pedestre que estava no local e o policial foi indiciado.
A candidata à Presidência dos EUA, Hillary Clinton, escreveu em seu Twitter oficial que estava com o coração partido com o ocorrido. Na quarta-feira, ela havia feito um comício no Estado em que ocorreu as matança na igreja.
Veja a entrevista do chefe de polícia de Charleston, Gregory Mullen:
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