Janot pede afastamento de Cunha da presidência da Câmara

Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados. Foto: Lula Marques/PT/Fotos Públicas (15/12/2015)
Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados. Foto: Lula Marques/PT/Fotos Públicas (15/12/2015)

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu nesta quarta-feira (16) ao Supremo Tribunal Federal (STF) o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do mandato. Para Janot, Cunha está ultilizando seu cargo para intimidar parlamentares e cometer crimes.

“O Ministério Público requer, com fundamento afastamento cautelar, de Eduardo Cunha do cargo de deputado federal e, por arrastamento, da função de presidente da Câmara dos Deputados, a fim de assegurar a rigidez da investigação criminal, em curso contra o deputado, para garantir o regular andamento da instrução processual e da aplicação da lei penal no que se refere à denúncia proposta contra o parlamentar, para garantia da ordem pública e evitar a continuidade das práticas ilícitas, bem assim de todas as outras investigações que estão sendo adotadas no âmbito do Parlamento brasileiro”, pede Janot ao Supremo.

Com renúncia ou cassação, Cunha fica inelegível por 11 anos

Veja quem é quem na tropa de choque de Eduardo Cunha

Pouco antes do anúncio do pedido de afastamento, documento obtido pela revista Época mostrou que novos delatores, sócios de empreiteira, montaram uma rede de contas na Suíça e em Israel para pagar pedágio do presidente da Câmara. O total em propinas somaria R$ 52 milhões.

Na terça-feira (15), Cunha foi alvo de buscas e apreensões em uma das fases da Operação Lava Jato. Ele é alvo de três inquéritos orinundos da operação no STF.

Foto: Fellipe Sampaio/ Fotos Públicas (15/10/2014)
Foto: Fellipe Sampaio/ Fotos Públicas (15/10/2014)

Para justificar o pedido, o procurador citou 11 fatos que comprovam que Cunha usa o mandato de deputado e o cargo de presidente da Casa para intimidar colegas, réus que assinaram acordos de delação premiada, advogados. Segundo Janot, as apreensões feitas na terça (15) pela Polícia Federal na residência oficial da Câmara e na casa de Cunha no Rio de Janeiro reforçam as acusações.

Na petição, o procurador também diz que a decisão sobre o afastamento de Cunha do mandato deve ser urgente para evitar que ele faça manobras e condutas para atingir seus “objetivos ilícitos”.

“É urgente que o Eduardo Cunha seja privado de seus poderes como deputado federal e como presidente da Câmara, pois, do contrário, criará ainda maior instabilidade política para o País e, ainda, não hesitará em perseguir e utilizar todos os instrumentos que possua para retaliar e se vingar de seus adversários, como faz habitualmente”, diz o procurador.


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.