O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, João Doria, voltou atrás de sua proposta de extinguir a Secretaria de Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida. Ele havia anunciado nesta quinta-feira (19) que, caso eleito, acabaria com sete das 27 secretarias municipais, entre elas, a de Mulheres, Igualdade Racial e Pessoa com Mobilidade Reduzida. Sua declaração gerou uma repercussão negativa, o que fez com ele recuasse, em parte, de sua decisão, já que ele ainda mantém a proposta de extinguir as secretarias de Igualdade Racial e Mulheres, que seriam incorporadas pela pasta de Assistência Social.
A deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP) foi uma das figuras públicas que teceu críticas à proposta do candidato. Gabrilli, que é cadeirante, foi a primeira secretária municipal de pessoa com deficiência do Brasil, na gestão do tucano José Serra. Em entrevista ao Estado de S.Paulo, a deputada classificou a proposta de Doria como um “retrocesso” que contraria a própria Constituição brasileira: “Há uma convenção da ONU que não permite retrocesso, a diretriz é que se crie órgãos focados nesse tema”, afirmou.
Outros candidatos à Prefeitura também questionaram a declaração de Doria. Em nota, Fernando Haddad (PT) afirmou que, ao contrário da proposta de Doria, sua gestão reforçará as políticas para mulheres, pessoas com deficiência, população LGBT, jovens e de igualdade racial. Já Luiza Erundina (PSOL) reforçou o caráter excludente da declaração do candidato tucano: “Isso mostra o caráter do governo dele se ele chegar lá. Excluir mulheres, deficientes, jovens… Ele vai governar pra quem? Pra minoria que ele representa”, afirmou à Folha de S.Paulo.
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