Jornalistas são agredidos pela Polícia Militar durante ato contra aumento de tarifas em São Paulo

Manifestação contra aumento de tarifa do transporte público vira cena de confronto, em São Paulo. Foto: Reprodução/YouTube
Manifestação contra aumento de tarifa do transporte público vira cena de confronto, em São Paulo. Foto: Reprodução/YouTube

A truculência da Polícia Militar na manifestação contra o aumento de tarifas em São Paulo, nessa terça-feira (12), foi noticiada nas redes sociais e jornais durante todo o dia. Mas a violência não foi somente contra os manifestantes. Segundo a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), nove jornalistas foram agredidos pela polícia, mesmo identificados como tais.

Leia abaixo as informações da associação:

“Fernanda Azevedo, da TV Gazeta, foi ferida duas vezes. Sofreu queimaduras no punho esquerdo e no peito, e teve o relógio destruído. Mesmo ferida, seguiu na cobertura até uma bomba de efeito moral explodir muito próximo a seus pés: o segundo ferimento foi provocado por um estilhaço na panturrilha.

Pedro Belo, da equipe de vídeo da Veja São Paulo, sofreu uma queimadura no joelho e na panturrilha. Enquanto filmava as agressões, bombas explodiram perto de suas pernas.

Alice Vergueiro, fotógrafa da Folhapress, foi encurralada e agredida junto com manifestante por PMs que usavam os cassetetes indiscriminadamente.

Francisco Toledo, fotógrafo da agência Democratize, foi atingido por um estilhaço de bomba de efeito moral na batata da perna direita, nas proximidades de um hotel na avenida Paulista. A bomba explodiu a cerca de 2,5 metros de distância. Operado, recebeu sete pontos no ferimento e deve ter dificuldades de locomoção nas próximas duas semanas. O estilhaço da bomba, de 2,5cm,  ficou alojado no músculo.

Camila Salmazio, repórter da Rede Brasil Atual, foi encurralada junto com manifestantes na rua Sergipe e tentou sair do cerco erguendo os braços, mostrando o crachá e gritando por socorro. Foi ameaçada por um agente armado e obrigada a retornar ao local onde bombas explodiam. Conseguiu escapar depois de alguns minutos e permaneceu deitada no chão, com dificuldade de respirar por causa da quantidade de gás inalada.

Felipe Larozza, fotógrafo da VICE, registrou um momento incomum: dois PMs atropelaram um homem na esquina da rua da Consolação com a rua Maria Antônia. Os agentes prenderam a vítima do atropelamento, e Felipe registrava a ação quando foi abordado por um dos PMs. Identificou-se como jornalista, mas se recusou a mostrar as fotos em sua câmera. Nesse momento, foi agredido com golpes de cassetete, mas conseguiu fugir.

Raul Dória, fotógrafo freelancer, estava próximo ao cordão de isolamento da esquina das avenidas Rebouças e Paulista quando foi surpreendido por uma explosão muito próxima de suas pernas. Os ferimentos foram leves, mas, com o impacto, caiu no chão. Foi carregado por um policial militar e por um manifestante para dentro de um hotel.

Alex Falcão, fotógrafo da Futurapress, também foi alvo de um artefato detonado muito próximo de seus pés. Ele relata que a situação já estava calma e que nenhum dos profissionais havia furado o bloqueio, mas que mesmo assim houve, inclusive, disparo de balas de borracha. Com pequenos ferimentos nas pernas, seguiu o trabalho.

Caio Cestari, fotógrafo autônomo, estava com um grupo de pessoas próximo ao local onde policiais prendiam um homem, na descida da rua da Consolação. Outros agentes atiraram bombas de gás na direção de todo o grupo, inclusive dos colegas que efetuavam a prisão. Estilhaços feriram-lhe o braço.”


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