Na semana do Dia Internacional dos Direitos Humanos, comemorado nesta quarta (10), uma exposição traz para São Paulo cartazes produzidos em todo o mundo inspirados em liberdade de expressão, igualdade de gênero, democracia e combate à pena de morte.
A mostra Poster for Tomorrow – Os Direitos Humanos em Cartaz, que reúne mais de 100 trabalhos vencedores de concurso internacional, será aberta no próximo sábado (13), na Caixa Cultural São Paulo.
A origem da exposição está na cidade de Paris, onde um grupo de designers quis chamar a atenção da sociedade para problemas relacionados aos direitos humanos, em 2009. Foram convidados artistas de diversos países para elaborar cartazes com essa temática. A mobilização mundial foi reunida em um concurso, que acumula seis edições. Todo ano, as 100 melhores obras de cada edição são expostas em vários países.
A mostra brasileira é inédita no mundo porque apresenta uma seleção de obras produzidas e premiadas desde o início do projeto.
A curadora do evento, Ruth Klotzel, conta que “o público terá ainda acesso a projeções digitais de cartazes em um painel, no qual serão exibidas diariamente as obras de todas as edições”, um total de 600. “Além disso, nós agregamos informação com pequenos textos sobre os temas, como o direito à moradia e a pena de morte”, completa.
Mapas e gráficos integram o projeto e mostram desde dados sobre a escolaridade no mundo até a participação da mulher na vida pública.
Na abertura do evento, às 11h, haverá uma conversa informal com o presidente Hervé Matine, da Organização Não Governamental 4 Tomorrow, organizadora do concurso, e de Ivo Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog, torturado e morto nas dependências do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), em 1975, durante a ditadura militar. Segundo Klotzel, Ivo tem a missão de representar a liberdade de expressão, um dos destaques na mostra.
“Outra novidade é a ambientação, que nas exposições mundo afora não tem. Colocamos cor nas paredes, não há cartaz dentro de moldura nem vidro, eles são colocados com imã, sem aquela áurea de obra de arte inatingível”, ressalta Klotzel.
O cartaz é uma peça de fácil reprodução, pode ser divulgado, reimpresso e espalhado pela cidade. A curadora relembra que “o cartaz foi a primeira peça de comunicação urbana, remontando à idade média, já que veio substituir o mensageiro do rei”.
Portanto esse formato teria uma vocação urbana e democrática. “A gente luta para que o cartaz esteja mais nas ruas, temos aqueles publicitários, mas o ideal é que ele sirva a um interesse público e não somente comercial”, finaliza.
A exposição é gratuita e fica em cartaz até 1º de março de 2015. No primeiro dia, além do bate-papo com Hervé Matine e Ivo Herzog, acontece o lançamento do catálogo e uma visita guiada.
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