Acusado de ter comandado inúmeras sessões de tortura a presos políticos durante a ditadura militar, o coronel reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra morreu na madrugada desta quinta-feira (15) aos 83 anos no hospital Santa Helena, em Brasília.
Ustra jamais foi preso. Ele foi o homem que chefiou o DOI-Codi de São Paulo entre 1970 e 1974, um dos centros mais repressivos da ditadura. A morte foi confirmada à Brasileiros pelo hospital, mas a divulgação das causas ainda dependem de autorização da família.
O DOI-Codi, que funcionou de 1964 a 1985 é considerado símbolo de repressão durante os anos de chumbo, e Ustra, seu principal símbolo.
O coronel, que sempre negou a prática de tortura, defendeu em depoimento à Comissão da Verdade o papel da ditadura, ou o Brasil viveria em uma “ditadura do proletariado”. “Agi com a consciência tranquila. Nunca ocultei cadáver. Sempre agi dentro da lei.”
Torturas e humilhação
Em 2009, a Brasileiros contou a história da menina Janaína, que viu a mãe na “cadeira do dragão”. Quando a mãe e o irmão, Edson, saíram da sala de torturas, Janaína perguntou por que eles estavam “verdes”. Eles são co-autores de uma ação movida por cinco pessoas de uma mesma família contra aquele que apontam como seu algoz: ele mesmo, o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra.
– E foda-se, sua terrorista filha da puta”.
Sempre aos berros, o “major Tibiriçá” mandou seus agentes levarem “a subversiva para dentro”. “Para dentro” era sinônimo de sala de torturas. A partir desse momento, Maria Amélia passou por dezenas de sessões de tortura física e psicológica, conforme denunciam seus advogados Fábio Konder Comparato, Aníbal Castro de Sousa e Marília Alves Barbour na ação civil da família Teles contra Ustra.
Maria Amélia conta que, a exemplo do marido e de Danielli, foi levada a uma sala, onde teve início a série de torturas, que incluiu situações de humilhação e atos obscenos. Clique aqui para ler a reportagem completa.
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