A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta terça-feira (25), em segunda votação, o projeto de lei que trata do Plano Municipal de Educação (PME). O texto não inclui questões de gênero e sexualidade, refletindo mais uma derrota da sociedade brasileira em relação aos direitos LGBT.
Em frente ao prédio da Câmara, durante todo o dia, houve manifestações de grupos contrários à discussão de gênero e identidade sexual nas escolas e também dos que acreditam ser necessário discutir a questão, a fim de que as escolas transmitam para as crianças o respeito à diversidade sexual e eduquem os alunos à respeito das condições de gênero
O vereador Ricardo Nunes (PMDB) se referiu ao assunto como “ideologia de gênero” e justificou a retirada do tema do PME com referências a Deus e à religiosidade. Ele acredita que a educação relacionada à sexualidade cabe à família. “Daqui a pouco nós votaremos e São Paulo dará o recado: não ao gênero”.
A vereadora Juliana Cardoso (PT) ressaltou que a discussão de gênero na escola é importante para concretizar os diferentes modelos de família. Algumas têm mulheres como provedoras da família, pais homossexuais ou heterossexuais, somente pai ou somente a mãe, avós como referência materna e paterna, entre outros casos. “Essas famílias precisam ser viabilizadas na escola, porque refletem a realidade brasileira”, afirmou.
Ela elencou alguns argumentos mentirosos que estão sendo disseminadas sobre a inclusão de gênero no PME, e disse que a exclusão de banheiros separados, os professores ensinando os alunos a serem transsexuais e a destruição da família não correspondem à realidade. “Queremos discutir gênero nas escolas para garantir respeito à diversidade.”
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