A proliferação do estereótipo do negro visto como uma ameaça, ou como um ser antissocial e não civilizado, tal qual o personagem “Africano”, do “humorístico” Pânico na TV, se torna, infelizmente, cada vez mais constante no mundo instantâneo das redes sociais. A questão é que, agora, além das crianças e adolescentes serem bombardeados com estigmas raciais da mídia, eles estão aprendendo o racismo na escola.
Vem circulando em escolas públicas de Diadema, região do ABC, um panfleto informativo com “dicas de segurança pública” elaborado pelo Centro de Comunicação Social da Polícia Militar de São Paulo. As imagens ‘ilustrativas’ do panfleto retratam negros como criminosos ou deficientes mentais, como em uma das imagens em que um homem de black power aparece batendo na porta da casa de uma pessoa com uma arma escondida nas costas. O intuito da PM era alertar as crianças ao atender algum estranho na porta. No mesmo material outra imagem de uma pessoa “despreparada” é associada ao negro, como se possuísse algum tipo de problema mental.
O panfleto revoltou moradores e causou indignação à comunidade negra de diadema. Em entrevista à Rede TVT, a militante do coletivo Dia de Nega, Thais Rosa, disse que ficou indignada quando sua filha, de 7 anos, mostrou o material que recebeu na escola para ela. “Meu sentimento foi de buscar uma mudança, um diálogo, um meio de fazer com que este material seja retirado e criado um outro, mais respeitoso, que respeite as história dos negros nesse país”.
Também em entrevista a TV dos Trabalhadores, Thiago Fernandes, membro do Coletivo Hip-Hop e morador de Diadema disse que os esterótipos racistas que envolvem os negros tem que acabar: “Temos que levantar nossa bandeira e dizer que isso está errado. Porque só o negro? Porque só somos retratados dessa forma?
A Ordem dos Advogados do Brasil já está cobrando explicações sobre o material divulgado nas escolas de Diadema e pede por uma retratação da Polícia Militar sobre as ilustrações preconceituosas. “Seria nobre da parte deles falar ‘nós erramos, lamentamos o ocorrido e viemos a público pedir desculpas aos ofendidos”, disse Alfredo Ricardo da Silva Bezerra, membro da Comissão de Igualdade Social da OAB de Diadema.
Preto pobre continua à mercê da aceitação
Assista à reportagem completa da TVT:
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