Médico desenvolve nova forma para examinar a visão

Peek Vision
O oftalmologista Andrew Bastawrous em palestra no TED, em abril deste ano

Com a ajuda de um smartphone e um hardware de baixo custo feito em uma impressora 3D, o oftalmologista Andrew Bastawrous tem conseguido levar tratamento para milhares de pessoas em países pobres, como o Quênia, que perderam a visão.

Em palestra ministrada no TED, Bastawrous lembra que 39 milhões de pessoas no mundo estão cegas e que 8% delas vive em países subdesenvolvidos. Porém, a maioria poderia ter este quadro revertido, já que a cegueira de muitos é causada por doenças curáveis ou preveníveis. Diante deste cenário, o médico reuniu uma equipe e equipamento e viajou até o Quênia para investigar por que as pessoas estão ficando cegas e o que poderia ser feito.

Mesmo com uma equipe treinada e equipamentos de alta tecnologia, Bastawrous não pode avançar muito em sua pesquisa devido às limitações da falta de infraestrutura local. Falta de energia elétrica, por exemplo, impossibilitavam a consulta básica dos pacientes. “Eu pensei, deve haver uma forma mais fácil”, disse o médico em sua palestra. “Mais pessoas no Quênia têm acesso a celulares do que a água potável. Então nós pensamos que nós poderíamos utilizar o poder da tecnologia móvel para realizar tratamentos em um novo jeito”, questiona.

Nascia assim o Peek, sigla para Portable Eye Examination Kit. O Peek combina programas desenvolvidos para smartphone para ajudar no diagnóstico de doenças oculares e um pequeno hardware feito em impressora 3D, que segundo Bastawrous, não custa mais que cinco dólares. Tal hardware é anexo ao celular e permite que qualquer pessoa possa examinar o fundo do olho de um paciente com alta resolução de imagem.

O médico lembra que a primeira que vez que se mudou para o Quênia, ele contava com uma equipe de 15 pessoas e um orçamento de 150 mil dólares. Agora, basta uma pessoa, uma bicicleta e um smatrphone, o que custa 500 dólares. E se o acesso à energia elétrica era um dos obstáculos na consulta, agora, voluntários contam com uma mochila equipada com um pequeno painel solar que mantém a bateria do telefone carregada. “Agora nós vamos até o paciente ao invés de esperar que eles venham até a gente. Vamos até suas casas e damos a mais compreensiva consulta e informações precisas, que podem ser dadas por qualquer pessoa com treinamento mínimo”, conta.

Feito o exame, as informações obtidas pelo Peek são enviadas a especialistas em qualquer lugar do mundo que podem fazer diagnósticos e planejar o tratamento. “São somente estatísticas que mostram que milhões de pessoas estão cegas. Mas a realidade é que cada pessoa está cega sozinha. Mas agora, elas podem estar somente a uma mensagem de texto de distância de um tratamento”, conclui Bastawrous.

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