Metade do País acredita que “bandido bom é bandido morto”

Foto: Ingimage
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De acordo com uma pesquisa do Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e divulgada pela Folha de S. Paulo, metade da população brasileira acredita no estigma violento de que “bandido bom é bandido morto”. Os dados foram levantados no final de julho e a pesquisa será parte do 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Foram ouvidas 1.307 pessoas em 84 cidades com mais de 100 mil habitantes.

Para a pergunta “bandido bom é bandido morto?”, 50% das pessoas responderam que concordam com a afirmação, enquanto 45% dos entrevistados discordaram. Apesar da margem de erro de três pontos, a pesquisa mostra como a sociedade está dividida em relação a este quesito, e que ainda existe uma reação muito violenta para com as pessoas que cometem crimes.

Os números revelados pelo Datafolha também mostram uma conivência da população para com os crimes cometidos por policiais militares e policiais civis. Segundo uma pesquisa do próprio Anuário Brasileiro de Segurança Pública, policiais assassinaram 3.022 pessoas no País só em 2014.

As mortes representam um aumento de 37% quando comparadas ao ano de 2013. Os Estados que registraram os maiores crescimentos nos assassinatos cometidos por policiais foram São Paulo (57,2%) e Rio de Janeiro (40,4%). E em 2015 não vem sendo diferente. Na capital paulista, militares são os principais suspeitos de protagonizar uma chacina de 19 pessoas em Osasco e Barueri, em agosto.

Em outro caso de chacina, policiais foram presos após assassinar dois jovens já rendidos, suspeitos de tentar roubar uma moto em São Paulo. Um deles foi executado e uma arma foi implantada em sua mão para forjar um confronto com policiais, e o outro foi arremessado de um telhado e depois executado com tiros. Os dois casos foram registrados em vídeos de câmeras nas ruas.

Na última semana outro vídeo, desta vez produzido por uma moradora de um bairro periférico no Rio de Janeiro, mostra policiais manipulando o corpo de um menino já morto. Segundo os relatos da pessoa que gravou o vídeo, os policiais renderam o jovem e o executaram. Em seguida, colocaram uma arma em sua mão e atiraram algumas vezes para cima, para tentar simular um tiroteio.

Outra pesquisa mostra que a letalidade policial vem aumentando nas grandes cidades. De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, a Polícia Civil registrou 459 “autos de resistência”, mortes causadas por intervenção policial, entre janeiro e agosto deste ano. Este acumulado já é maior do que o número total de mortes em 2013, que chegou a 416.


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