Mobilidade urbana começa em casa

Estação da CompartiBike na cidade de Riviera. Foto: Divulgação
Estação da CompartiBike na cidade de Riviera. Foto: Divulgação

 

Em um futuro próximo, deixar o carro parado na garagem vai ser uma opção cada vez mais prática e possível. Um dos mais recentes projetos da CompartiBike, empresa especializada em soluções para mobilidade urbana, é levar o conceito de bikesharing até os condomínios. Ali, moradores poderão utilizar as bicicletas após se cadastrarem no totem da estação local, ou seja, em seus próprios prédios em um processo automatizado.

Pedro Monteiro, diretor e um dos sócios da CompartiBike, explica que há uma grande demanda no mercado em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro que também se alinham com uma necessidade mundial. “Percebemos que uma grande parcela de motoristas e usuários de transporte público, dada as condições, gostaria de usar a bicicleta ao invés de carros e outros transportes. Então juntando isso ao fato de que pessoas que moram em apartamentos tem muita dificuldade para manter uma bicicleta, vimos que era interessante levar este serviço para dentro dos condomínios”. A diferença do projeto dos outros já existentes em São Paulo é que para utilizar a bicicleta o morador não precisará de um aplicativo ou Internet, basta informar a senha e o número do apartamento que constam no cadastro inicial. 

Segundo o The Bike Sharing Blog, atualmente existem ao menos 450 sistemas de bikes compartilhadas pelo mundo. Países da Europa, Ásia e América do Norte concentram o maior número de estações de bicicletas. De acordo com o mesmo blog, a América do Sul ainda apresenta um número reduzido de sistemas em operação, com apenas 11, sendo 6 deles no Brasil. 

Em São Paulo, o CompartiBike pretende inaugurar a sua primeira estação em um condomínio até o final de novembro em um prédio de São Paulo. A estação contará com seis bicicletas e é resultado de uma parceria com uma construtora, a Adolpho by Lindenberg. A intenção é que as estações também se multipliquem a medida que novos prédios são entregues. Além das estações em condomínios, há outros projetos da CompartiBike em outros municípios, como é o caso da cidade de Ipaussu, no interior de São Paulo, que é resultado de uma parceria com a prefeitura local e outra estação batizada de Rivibike, instalada na orla da praia de Riviera, também no estado de São Paulo.

Outra demanda que Pedro aponta, ao pensar em mobilidade urbana, é oferecer estacionamento específico para bicicletas, um nicho ainda pouco explorado nas grandes cidades. “Muita gente que já adotou a bicicleta no dia a dia acaba encontrando dificuldades para estacioná-la, ou não pode ou sujeita a colocá-la em um lugar onde poderá ser roubada. Não tem essa estrutura ainda. Então, além de oferecer bicicletas públicas, acreditamos em um projeto que forneça esse conforto, essa estrutura”, comenta Pedro que através da CompartiBike também firmou uma parceria na cidade do Rio de Janeiro com a SuperVia, empresa de trens urbanos. Ali,  bicicletários foram instalados ao lado de algumas estações de trem. Coube a empresa de São Paulo desenvolver um software de gestão desse novo estacionamento, com o controle das bicicletas e dos usuários. É uma forma de estimular as pessoas a também usarem suas bicicletas para irem ao trabalho.

Para Pedro a discussão sobre mobilidade urbana e o aumento de ações que visam o compartilhamento de bicicletas em diferentes pontos da cidade acabam levando os próprios habitantes da cidade a cobrarem mais segurança e infraestrutura para andar de bicicleta em grandes cidades. “As pessoas sabem que é uma opção mais prática, barata, saudável e sustentável. Elas estão dispostas a aderirem ao uso. E é um hábito que tem que ser incentivado e essas pessoas, ao começarem a cobrar as autoridades, as ações acabam acontecendo em conjunto, inclusive a própria discussão da mobilidade”, reflete Pedro.  


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