Um dos maiores intelectuais do Brasil, o crítico literário, sociólogo e professor Antonio Candido morreu aos 98 anos, no hospital Albert Einstein, em São Paulo. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Candido havia sido internado há poucos dias, e a causa da morte está relacionada a problemas intestinais.
Em 1939, ingressou no curso de direito da Faculdade de Direito do Largo São Francisco e de ciências sociais e filosofia da Universidade de São Paulo. Dois anos mais tarde, fez sua estréia como crítico literário na revista Clima, fundada em 1941 por ele, o crítico de teatro Décio de Almeida Prado, o crítico de cinema Paulo Emílio Salles Gomes, a ensaísta Gilda de Mello e Souza, entre outros.
Lançada em 1959, sua obra mais importante é a Formação da Literatura Brasileira. Em 1961, assume como professor colaborador a disciplina de teoria literária e literatura comparada na USP. Entre 1964 e 1966, deu aulas de literatura brasileira na Universidade de Paris e, em 1968, foi professor visitante de literatura brasileira e comparada na Universidade de Yale, nos Estados Unidos.
Candido recebeu, em 1998, o Prêmio Camões, dos governos do Brasil e de Portugal, em Lisboa; e em 2005, o Prêmio Internacional Alfonso Reyes, no México.
O intelectual também teve uma importante atuação política. Militou contra o Estado Novo, no governo de Getúlio Vargas, em grupos clandestinos como o Grupo Radical de Ação Popular. Foi militante do Partido Socialista Brasileiro antes do golpe civil-militar de 1964 e um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, ao qual permaneceu filiado até o final da vida.
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