A caixa preta da dívida externa foi tema do Fórum Social Temático, em Porto Alegre. A proposta de auditoria da dívida pública, aprovada no Congresso e vetada pela presidenta Dilma Rousseff este mês, foi cobrada pelos movimentos sociais que foram ao encontro.
As entidades aprovaram uma campanha para pressionar o governo a reverter a decisão e realizar a auditoria, uma vez que defendem que a dívida pública já foi totalmente apenas com o pagamento de juros. Segundo o Tesouro Nacional, só em 2013 o governo federal gastou R$ 718 bilhões com juros e amortizações da dívida interna e externa, o que representou 40,3% do orçamento federal.
De acordo com o presidente da Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul (CUT-RS), Claudir Nespolo, a medida é uma forma de se enfrentar “o capital rentista e os interesses dos grandes grupos econômicos”.
Em um momento no qual o governo Dilma se move lentamente para a esquerda, como se pode observar a partir da troca de Joaquim Levy por Nelson Barbosa no Ministério da Fazenda, os movimentos sociais podem ganhar protagonismo e obter mais diálogo com o governo.
Nespolo afirma, no entanto, que é necessário que eles próprios exerçam essa pressão, e não esperem tanto da presidência: “Se a presidenta levantar qualquer crítica relacionada ao pagamento dos juros, desestabiliza esse tal de mercado, que é muito nervoso. Quem tem que levantar esse tema somos nós. Temos que dizer isso para sociedade, para desmascarar e criar uma correlação de forças para que o governo se posicione no sentido de verificar se essa dívida toda já não foi paga, se uma parte já foi paga. Vamos abrir essa caixa-preta”.
A assembléia final do evento também endossou a luta contra a tentativa de impeachment da presidenta e a acelerou a formação da Frente Brasil Popular, composta por organizações e partidos de esquerda.
*Com informações da Agência Brasil
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