MP faz nova denúncia no caso sobre cartel de trens

Licitação para compra de trens no governo Serra é investigada. Foto: Edson Lopes Jr./Fotos Públicas (04/11/2014)
Licitação para compra de trens no governo Serra é investigada. Foto: Edson Lopes Jr./Fotos Públicas (04/11/2014)

O Ministério Público de São Paulo faz nova denúncia no caso do cartel de trens, que envolve fraude em licitação de trens à época em que José Serra (PSDB) era governador do Estado de São Paulo.

A fraude entre a compra de trens pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e as empresas francesa Alstom e espanhola CAF, fabricantes de trens e material ferroviário, chega a R$ 1,8 bilhão, segundo informação do jornal Folha de S.Paulo. De acordo com a reportagem, a CAF pode ter obtido informações de funcionários públicos para que tenha conseguido oferecer um preço que fosse tão próximo ao máximo estipulado pela CPTM.

O valor sugerido pela CAF registrou uma diferença do teto de apenas 0,0099%. Com isso, não haveria concorrência, já que a urgência da obra pedia velocidade no fechamento do acordo. Só que, mais tarde, o valor do contrato sofreu um acréscimo de R$ 13,3 milhões e correspondências eletrônicas descobertas na investigação apontaram um suposto acordo entre as empresas que disputavam a licitação.

Para o promotor Marcelo Mendroni, que falou ao jornal, “mensagens e provas mostram que houve fixação de preço pelas empresas, divisão de mercado e supressão de propostas, o que caracteriza fraude”.

As empresas envolvidas Alstom, Bombardier, CAF, MGE, Mitsui, Siemens e Tejofran teriam formado um grupo único para se beneficiarem do acordo.

Nesta terça-feira (1º),  Ministério Público de São Paulo denunciou à Justiça sete funcionários das empresas Alstom e CAF por formação de cartel. Segundo a denúncia do promotor Mendroni, a partir do mês de setembro de 2009, os denunciados passaram a conversar e discutir a divisão do escopo do projeto de aquisição e manutenção dos trens.

O grupo teria feito ainda acordos, convênios, ajustes e alianças, como ofertantes, mediante fixação artificial de preços para fornecimento e instalação de sistemas para transporte sobre trilhos.

Da Alstom, os denunciados são Antonio Oporto, Cesar Ponce de León, Isidro Ramon Fondevila Quinonero, Luiz Fernando Ferrari e Wagner Tadeu Ribeiro, por crime contra a ordem econômica. Da CAF, foram denunciados por crime contra a ordem econômica e contra a administração pública Agenor Marinho Contente Filho e Guzmán Martín Díaz.


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