A mineradora Samarco, responsável pelas duas barragens de rejeitos de mineração que se romperam em Mariana (MG), tem até sexta-feira (13) para responder a recomendação do Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) para adotar medidas imediatas de garantia dos direitos das vítimas. Entre as ações propostas, está o pagamento de um salário mínimo mensal a cada família atingida “para atender às necessidades imediatas dessas pessoas”, diz o documento, entregue ontem (8).
O promotor Guilherme de Sá Meneguin lembrou que o distrito de Bento Rodrigues foi totalmente destruído pela lama de rejeitos que invadiu o local na quinta-feira (5). Acrescentou que as cerca de 600 pessoas que viviam no local necessitam de meios para garantir a sobrevivência. O promotor explicou que o documento propõe cinco ações para a mineradora Samarco, controlada em parceria pelas empresas Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, que estão entre as maiores do mundo no setor.
“É preciso identificar todos os atingidos e saber onde eles estão, identificar as necessidades de cada família em relação a saúde, alimentação e estabelecer um cronograma para tirar essas pessoas de hotéis e colocá-las em casas ou apartamentos e o fornecimento de remuneração para que as famílias atingidas possam pagar suas contas”, disse Meneguin.
O documento do MP também pede a apresentação de um plano de ressarcimento integral das vítimas, seja por meio de reassentamento ou de indenização. De acordo com o promotor, caso a Samarco não adote as medidas, o Ministério Público entrará com ação na Justiça para cobrar o cumprimento das exigências.
Procurada pela Agência Brasil, a mineradora Samarco não se manifestou sobre o documento até a publicação da matéria.
Homenagem
Uma missa de sétimo dia será celebrada às 19h da próxima quinta-feira (11) na Praça da Sé, em Mariana (MG), em homenagem às vítimas do rompimento de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco. O anúncio foi feito pelo arcebispo da cidade, Dom Geraldo Lírio Rocha.
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