Cerca de 20 organizações de mulheres se reuniram, na noite da última quarta-feira (13), na Praça do Diário no centro do Recife, contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, que será votado no plenário da Câmara dos Deputados no próximo domingo (17). Ao som de coco e maracatu, as participantes também cobraram avanços em pautas feministas, como o combate efetivo à violência de gênero.
O comitê Mulheres pela Democracia, lançado nesta quarta-feira, organizou a manifestação e conseguiu reunir mulheres de várias áreas como sindicatos, coletivos feministas e Organizações Não Governamentais. Um manifesto assinado por todas as entidades participantes foi lido no local.
Além de argumentarem que não existem subsídios legais para legitimar o processo de impeachment, as manifestantes afirmam que, caso Dilma sofra o impedimento, a Presidência da República vai ser ocupada por um grupo que ameaça direitos da população feminina. É o que diz uma das organizadoras, Ingrid Farias, 27.
“Diante desse processo, as mulheres são as mais vulnerabilizadas e, mais uma vez, tendem a pagar os prejuízos que esse golpe vem trazer. Todos os projetos que estão na Câmara hoje e são fundamentalistas e atingem as mulheres”, protesta Ingrid.
Ingrid ressalta, no entanto, que não está satisfeita com a gestão da presidenta: “Esse governo, em nenhuma medida, avançou no processo de direitos das mulheres. As mulheres estão na rua não só para impedir o golpe, mas exigindo que a Dilma dê uma guinada à esquerda”.
Como o ato foi divulgado pelas redes sociais, algumas mulheres que não eram ligadas a movimentos foram atraídas pela causa. A médica e professora universitária aposentada Carmen Chaves, 72, foi uma delas. Ela conta que lutou contra a ditadura junto ao movimento estudantil e, anos depois, participou dos atos pela redemocratização do Brasil. Agora, vai para a rua novamente: “Todos os valores morais e éticos estão invertidos no país. Uma pessoa que é acusada de corrupção liderando um processo de impeachment contra alguém que não é acusada de crimes”.
De acordo com a organização do ato, Pernambuco é o quinto estado a formar o comitê Mulheres pela Democracia. Mulheres do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e São Paulo também realizaram seus atos, o que as inspirou a criar o movimento lançado na quarta-feira.
*Com informações da Agência Brasil
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