Na noite da última quarta-feira, 26 de setembro, o chef Tsuyoshi Murakami, dono do restaurante Kinoshita e colunista da Brasileiros, deu palestra na Semana de Gastronomia Fnac para contar um pouco de sua trajetória e impressões da culinária oriental atual, além de falar um pouco sobre seu livro recém-lançado, Kinoshita e o Jazz do Murakami.
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Mais do que uma palestra, a conversa foi mais um bate-papo descontraído com o sincero e até excêntrico, mas genial, chef de cozinha. Aliás, logo de início, Murakami já foi expondo sua personalidade e fez leve crítica ao patamar que os chefs foram elevedos atualmente. “Hoje está na moda ser chef, você vira um pop star, astro de TV. Quando eu decidi seguir esse caminho, em 1988, a realidade era outra”, lembrou.
Praticante da Kappo Cuisine, o chef disse não conseguir definir exatamente o significado desse estilo exótico. “É a arte de estar alí, cozinhando e interagindo, mostrando as caras, respeitando as pessoas e respeitando a comida, sua textura, seu aroma, seus sentidos. Tentamos interferir o mínimo naquilo que a natureza nos deu, e essa intervenção é sempre feita da maneira mais harmoniosa possível”.
Lembrando de sua trajetória até entrar no Kinoshita, em 1994, Murakami diz acreditar que o dom, combinado com a vontade e a atitude formam, não apenas um bom chef, mas uma pessoa de sucesso em qualquer campo. Sobre seu restaurante, ele disse se considerar um artista, cobra de sí próprio muito mais do que apenas bons pratos, precisa de elegância e confiança. “O Kinoshita é meu palco, meus clientes são meus fãs”, definiu.
Sobre o nome curioso de seu livro, Kinoshita e o Jazz do Murakami, Kinoshita foi sucinto e dirrto ao explicar a ligação do jazz com sua maneira de cozinhar. “O jazz é, assim como a gastronomia, a arte do improviso”. Nessa questão, ele disse admirar a criatividade e desprendimento dos chefs brasileiros, que não pensam duas vezes ao quebrar uma culinária tradicional para ir atrás do novo, experimentar.
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