Em entrevista coletiva realizada na manhã desta sexta-feira (14), o Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Alexandre de Moraes, disse que todas as hipóteses sobre a autoria dos assassinatos da chacina que abalou São Paulo na noite de ontem serão investigadas. Moraes explicou que existe uma grande força-tarefa, formada por 50 pessoas, entre policiais civis, investigadores e delegados, empenhada em investigar o caso e dar uma solução rápida para os crimes.
Pela manhã os meios de comunicação não conseguiram cravar exatamente o número de mortos e feridos, e os dados variavam de 17 a 20 mortos na chacina. Foram 15 mortes em Osasco, três em Barueri e uma em Itapevi. Moraes confirmou que, até então, foram constatados 19 mortos e sete feridos. Os corpos já foram retirados dos locais com a ajuda de veículos do Instituto Médico Legal de São Paulo. Esta ação é responsabilidade do município, contudo, como foram muitos corpos, Moraes disse que foi necessária uma ajuda do IML paulistano para auxiliar na retirada. Entre os mortos, apenas um não estaria relacionado com as chacinas, a ocorrida em Itapevi.
Apesar de suscitar duas hipóteses principais, o secretário não deu prioridade a nenhuma e disse que “não descarta nenhuma delas”. “Existem duas hipóteses: uma é relacionada ao tráfico de drogas; a outra seria uma reação pela morte de um policial militar de Osasco e um guarda municipal de Barueri.”
Alexandre de Moraes também esclareceu que, ao contrário do que foi noticiado pela manhã, o revólver calibre 38 e a pistola 380 não são de utilização da Polícia Militar, mas são comuns na Guarda Civil Metropolitana. Essa questão só suscita mais dúvidas em relação a participação de policiais ou guardas nos homicídios, já que um guarda municipal foi assassinado em Barueri anteontem.
Já a pistola 9mm que foi utilizada na chacina é de uso exclusivo das Forças Armadas, mas não é utilizada pela Polícia Militar. “A Polícia Militar utiliza pistolas .40. Agora, as outras armas, o revólver calibre 38 e a pistola 380 são geralmente utilizados por guardas civis.” Moraes também disse que alguns dos assassinos estavam utilizando coturnos durante os crimes, mas não quis confirmar que existe um indício de que policiais poderiam estar por trás dos assassinatos: “Se surgir qualquer indício de que policiais teriam participado da chacina, a corregedoria vai ser acionada”.
Outro fator importante é o histórico criminal dos envolvidos. Dos seis primeiros corpos que chegaram ao Instituto Médico Legal, disse Alexandre, cinco tinham passagens pela polícia. Isso converge com o depoimento de testemunhas que disseram que os assassinos perguntavam se a pessoa já tinha passagem pela polícia antes de executá-la.
Com a insistência dos jornalistas presentes sobre a relação dos crimes com policiais, Alexandre de Moraes se exaltou: “Isso não é típico de policiais militares. Você acha que se um policial quisesse assassinar alguém ele iria se encapuzar e perguntar os antecedentes criminais? Isso é ilógico.” Um repórter então perguntou qual seria o perfil dos assassinos e ouviu a seguinte resposta: “De alguém que quer fingir que é um policial, de alguém que quer se passar por policial.”
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