Em sua palestra no Seminário Brasileiros – Rumos da Economia Brasileira, nesta sexta-feira, dia 4, o cientista Miguel Angelo Laporta Nicolelis apresentou as principais dificuldades que o País enfrenta para entrar no circuito da inovação mundial. Para Nicolelis, o País não investe na formação de pessoas capazes de produzir ciência e não pensa na inovação como estratégia de crescimento econômico.
“É necessário formar gente que pense diferente. O desenvolvimento da inovação passa por uma reformulação nos modelos educacionais que ofereçam formas de ensino que qualifiquem o estudante, o profissional”, diz o pesquisador.
Como um bom modelo do que pode ser feito para transformaçãoda cultura educacional do Brasil no que se refere à ciência, Nicolelis apresentou uma experiência que está sendo desenvolvida por pesquisadores no pequeno município de Macaíba, no interior do Rio Grande do Norte. No local, está sendo construído o chamado “Campus do Cérebro”, onde se desenvolvem programas que vão desde o atendimento adequado à gestante até o acompanhamento da criança em toda a sua vida escolar.
As crianças que participam do projeto são estimuladas desde o nascimento a vivenciar experiências ligadas à ciência. “Para desenvolver um centro de excelência como Palo Alto (nos Estados Unidos) são necessárias décadas. Então, o nosso projeto cuida das crianças desde o útero da mãe. E essas crianças vão aprender desde a creche a fazer ciência na prática, na natureza. Frequentando os melhores laboratórios de ciência que pudermos oferecer até o Ensino Médio”, contou o pesquisador.
Para Nicolelis, a experiência deveria ser replicada em todo município brasileiro para, no futuro, o Brasil entrar na rota dos países produtores de novas tecnologias. “Enquanto em cada esquina do Brasil não houver uma escola que produza ciência e incentive a criança a desenvolver a sua curiosidade, não haverá inovação”, disse.
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