Em pouco mais de 24 horas, o nível do Rio Acre subiu nesta segunda-feira (2) 45 centímetros e ultrapassou o recorde histórico registrado em 1997, quando alcançou 17,66 metros. O nível das águas na capital atinge os 17,96 metros, segundo o Sistema de Monitoramento Hidrológico da Agência Nacional de Águas. Diante da situação, a prefeitura de Rio Branco decretou estado de calamidade.
Segundo Ricardo DalaRosa, meteorologista do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), as chuvas nos países vizinhos, em especial na Colômbia, no Peru e na Bolívia, estão influenciando no aumento do nível dos rios na Amazônia brasileira. “O que tem provocado a elevação dos níveis dos rios aqui são as chuvas que estão caindo principalmente na encosta leste dos Andes”, disse.
Ainda segundo o meteorologista, o inverno amazônico agrava a situação. “Quando você tem superávit de chuva, excedente de chuva, na estação seca isso não é muito preocupante. Mas quando ele se prolonga também na estação chuvosa, isso significa que você tem grandes volumes de água, caindo nessa região, e essa água vai, via de regra, ganhar os cursos de água e elevar os níveis dos rios.”
A situação na região, que já contabiliza quase 5 mil desabrigados, altera a rotina da população. Para que os servidores estaduais e municipais atuem como voluntários nos abrigos públicos, o governo do Acre decretou ponto facultativo hoje e amanhã. Em nota, o governador Tião Viana pede, inclusive, para que as pessoas que não estejam no trabalho voluntário evitem sair de casa para as áreas centrais da cidade.
Por outro lado, na região do Alto Acre, o nível do rio começa a baixar em Brasileia, Epitaciolândia e Xapuri. Nessas cidades, muitas famílias começaram receber kits de limpeza para poderem higienizar suas casas e deixarem os abrigos públicos. Em Cruzeiro do Sul, o nível do Rio Juruá se mantém em 13,32 metros. E em Sena Madureira, o Rio Iaco apresenta sinal de vazante.
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