Nobel da Paz: Malala Yousafzai diz que não desistirá de lutar

A paquistanesa Malala Yousafzai - Foto: Mark Garten/Fotos Públicas (10.12.2014)
A paquistanesa Malala Yousafzai – Foto: Mark Garten/Fotos Públicas (10.12.2014)
A jovem paquistanesa Malala Yousafzai e o ativista indiano Kailash Satyarthi receberam nesta quarta-feira (10) o Prêmio Nobel da Paz, em uma cerimônia realizada na cidade de Oslo, na Noruega.

O nome deles já tinha sido anunciado em outubro, mas somente hoje ocorreu o evento oficial de entrega do prêmio. Eles foram agraciados pela luta aos direitos das crianças.

Malala, que com 17 anos se tornou a pessoa mais nova a receber o Nobel da Paz, levou amigas adolescentes paquistanesas que também foram atacadas pelo Talibã para assistirem à cerimônia.

Em seu discurso, amplamente aplaudido, a jovem ressaltou que preferiu “falar” do que se manter em silêncio diante de violações de direitos infantis.

Citando o sequestro de estudantes na Nigéria pelo grupo islâmico Boko Haram, Malala argumentou que sua história não é “única”, pois atualmente várias outras meninas sofrem violações e restrições ao seu direito de estudar.

Ela criticou a facilidade que o mundo tem em conceder armas e iniciar conflitos, e questionou “por que é tão difícil dar livros e construir escolas”. “Eu não sou uma voz única. Sou milhões de meninas que lutam pela educação”, disse Malala, ressaltando que acredita no potencial de jovens que são impedidas de exercerem um papel na sociedade “só porque são mulheres”.

A paquistanesa também citou os ativistas Martin Luther King, Nelson Mandela e Madre Teresa de Calcutá como exemplos de pessoas que não desistiram de seus sonhos. “Lutarei até que a última criança do mundo receba edução. Até que eu veja todos irem à escola”, disse.

Malala ficou mundialmente conhecida em 2012, quando sofreu um atentado do Talibã. Os militantes do grupo islâmico atiraram em sua cabeça, quando ela saía da escola, como represália por sua defesa ao direito das mulheres à educação, principalmente no Paquistão. Filha de um professor do vale do Swat, Malala chegou a escrever um blog para a BBC sobre a vida regida pelas leis do Talibã.

Desde o ataque, a jovem vive na Inglaterra com sua família. “Temos uma jovem mulher e um homem maduro. Uma paquistanesa e um indiano. Uma muçulmana e um hinduísta. São dois símbolos dos quais o mundo precisa: união e fraternidade entre os países”, disse, por sua vez, o presidente do comitê para o Prêmio Nobel, Thorbjoern Jagland. “O conhecimento conduz à liberdade e à democracia”, completou.

Incidente

De acordo com fontes locais, um homem teria sido preso em Oslo, após tentativa de interromper a cerimônia. O suspeito, vestindo jaqueta e calças, e com uma máquina fotográfica pendurada no pescoço, tentou entrar na frente de Malala e Satyarthi, levantando uma bandeira mexicana. (ANSA)


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