O sebo do gueto

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Em meio a igrejas evangélicas e bares da zona norte de Osasco, na garagem de um casal de professores de uma escola estadual vizinha, foi aberto o Sebo do Gueto. “Não tem livraria no bairro, não tem nada, então a gente resolveu abrir um sebo aqui para divulgar cultura, com preços abaixo do mercado para atingir o público de baixa e média renda”, conta José Eduardo Brondi.

Aberto há um mês, o professor conta que venderam cerca de 50 livros até agora. O lucro é todo revertido para a compra de mais livros. O lugar é frequentado por moradores do bairro, alunos, ex-alunos, colegas de trabalho, amigos e familiares. Para começar o estoque, Brondi colocou 80% de seu acervo pessoal: aproximadamente 1.200 livros. Também adquire publicações baratas em grupos de Facebook e recebe doações. “O pessoal está desapegando e doando livro para o espaço poder continuar. Temos de tudo: livro de história, filosofia, sociologia, literatura brasileira internacional, bestseller, livro para jovem, bíblia…e livro de Satã também”, fala aos risos.

A ideia é construir um toldo na frente do espaço, montar um café e organizar eventos culturais. “Não agora porque não tenho grana para investir. Se o Temer liberar meu FGTS aí eu consigo dar um gás na loja”.

Brondi e sua esposa, Lívia Helena, são professores de uma escola estadual há 13 anos e moradores do bairro Jardim Imperial há sete. “Não tem uma praça aqui, só carro e comércio. A parte cultural deixa muito a desejar. Isso aqui é uma contribuição pequenininha. E a gente faz porque gosta também. A gente encontra alunos, amigos, troca ideia, não é o capitalismo selvagem. É o capitalismo solidário”.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.