O momento para o governo do Estado de São Paulo não é bom. Depois de enfrentar, no último ano, a pior crise de abastecimento de água da história, com o sistema Cantareira atingindo e operando no volume morto, e de ver os alunos ocupando centenas de escolas estaduais desde novembro, a popularidade do governador Geraldo Alckmin despencou.
Segundo dados do Datafolha divulgados nesta sexta-feira (4), apenas 28%, menos de um terço, aprovam a gestão de Alckmin no governo. Esse é o menor patamar que o governador atingiu em 29 pesquisas realizadas pelo Instituto ao longo de seus quatro mandatos. Há um ano atrás, na véspera das eleições, ele tinha pelo menos vinte pontos a mais de aprovação. Alckmin teve seu melhor momento, segundo as pesquisas, em 2006, quando atingiu 69%.
Não é só a aprovação das pessoas que aumentou. A rejeição ao governo do tucano também atingiu recordes: 30% acham que a gestão é ruim ou péssima. Segundo a Folha de S. Paulo, é a primeira vez também que mais pessoas dizem reprovar do que aprovar o governo de Geraldo Alckmin. Dentre os descontentes, destacam-se os mais jovens, entre 16 e 24 anos. Destes, 36% reprovam o governador. Em relação aos entrevistados com maior escolaridade, ou seja, que possuem ensino superior, a avaliação é ainda pior: 48% disseram que o governo é ruim ou péssimo.
A pesquisa foi realizada entre os dias 25 e 26 de novembro, tratando diretamente de temas pertinentes à atual gestão, como a crise de abastecimento de água em São Paulo e as escolas estaduais ocupadas por estudantes. Foram ouvidas 1.350 pessoas em 47 municípios diferentes. É válido ressaltar que os dados foram coletados antes da violência policial nos protestos realizados por alunos nesta quinta-feira (4).
Os números mostram que esses dois fatores foram fundamentais para a derrubada da popularidade de Alckmin: 61% dos entrevistados são contrários à reorganização escolar de Alckmin, que pretende fechar 94 escolas no Estado. Mais da metade manifestou apoio às ocupações: 55%.
Já com relação à crise de abastecimento, um terço dos entrevistados disse que o fornecimento de água foi interrompido pelo menos uma vez no mês. Outra questão que influenciou na opinião negativa das pessoas para com o governador Geraldo Alckmin foi a falta de transparência da gestão. Dos entrevistados, 80% afirmaram que o governo só fornece informações que interessam a ele mesmo. Apenas 14% acreditam que as informações sobre a água no Estado são fornecidas adequadamente.
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