Uma ONG holandesa oferece pela internet pílulas abortivas para grávidas infectadas pelo vírus Zika que gostariam de provocar o aborto medicinal diante da suspeita de microcefalia no bebê. Segundo matéria da Folha de S.Paulo, a organização pede ao governo brasileiro que não intercepte os pacotes enviados, pelos menos durante o a epidemia.
“O vírus está se espalhando para países onde o aborto é extremamente restrito”, explica Rebecca Gomperts, fundadora e diretora da Woman on Web, criada em 2005 para apoiar o acesso ao aborto seguro no mundo.
A ONG se demonstrou preocupada com a possibilidade do aumento de abortos clandestinos. “Realmente nos preocupamos com a saúde e a vida das mulheres e queremos garantir que elas tenham um bom aborto medicinal”. Gestantes que temem que os filhos sejam infectados pelo vírus,podem fazer uma consulta gratuita no site da Woman on Web, que possui diversas opções de idiomas, como inglês, francês e espanhol.
Para receber o remédio, é necessário cumprir três requisitos: viver em um país no qual o acesso ao aborto é restrito, menos de 9 semanas de gravidez e não sofrer de doenças graves. Após o acesso, a mulher é direcionada a um “doutor habilitado” que poderá fornecer um aborto seguro por meio de pílulas de Mifepristone e Misoprostol, segundo a ONG.
No Brasil, o aborto é permitido em caso de estupro, risco de vida da mãe e quando o feto é anencéfalo.
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