A Organização Internacional para as Migrações (OIM) lançou nesta sexta-feira (10) projeto de controle da propagação do vírus ebola entre migrantes que atravessam as fronteiras de Gana, sede da missão da Organização das Nações Unidas (ONU) para o combate à doença.
A iniciativa, avaliada em 378 mil euros e financiada pelo governo japonês, visa a reforçar o trabalho de prevenção do ebola, feita pelas autoridades de Gana, evitando a ocorrência de casos semelhantes no futuro, particularmente nas áreas fronteiriças mais afetadas da África Ocidental.
“O recente surto de ebola ensinou ao mundo que a mobilidade humana é fator-chave para a propagação da doença. Apesar dos progressos encorajadores na região, o vírus ebola continua a ser um problema de saúde pública para Gana”, observou a chefe da missão da OIM em Gana, Sylvia Lopez-Ekra, citada em nota da agência da ONU.
Ela destacou que o projeto de redução de risco do vírus entre os migrantes, apoiado pelo governo do Japão, “vai desempenhar papel crítico por continuar a apoiar os agentes da linha de frente” (os funcionários do setor de migração).
No âmbito do programa, a verba desembolsada pelo governo japonês servirá para adquirir equipamentos para que os funcionários do setor de migração se protejam de eventuais contaminações do vírus durante a vigilância das fronteiras.
“Os oficiais de fronteira são o primeiro ponto de contato na mobilidade das populações”, por isso serão treinados com procedimentos de controle da doença, diz o comunicado.
Para atingir as metas de prevenção e controle do vírus, a OIM vai envolver líderes comunitários e voluntários, treinando-os sobre as causas, os sintomas e modos de prevenção e contaminação.
Além disso, serão divulgadas informações para apoiar as lideranças comunitárias.
“A nossa visão é construir sistemas de vigilância de saúde mais fortes e com mais capacidade de resposta que protejam o povo de Gana, bem como de outras doenças transmissíveis como a cólera”, disse Sylvia Lopez-Ekra.
Desde o início do surto de ebola na África Ocidental, há mais de um ano, foram registrados cerca de 25 mil casos da doença, que provocou 10 mil mortes.
Trata-se da maior epidemia de ebola desde que a doença foi detectada em 1976, a 100 quilômetros do rio que deu o nome ao vírus, na República Democrática do Congo.
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