Não é à toa que a popularidade da polícia é grande entre parte da população embora se avolumem as denúncias de abuso de poder. Defensores da atuação repressiva da PM, os programas policiais são muitos, têm longa exposição nas telas e não economizam em infrações, embora seus apresentadores tremulem a bandeira do combate ao crime.
Segundo estudo da Agência Nacional dos Direitos da Infância e do coletivo Intervozes, 28 programas policiais cometeram 4.536 infrações em um único mês de análise. As irregularidades vão de exposição indevida de pessoas à violação do direito ao silêncio.
Um caso emblemático aconteceu em 23 de junho de 2015, quando o Cidade Alerta, da TV Record, teria incitado a violência o gritar “atira, meu filho, é bandido”, enquanto narrava uma perseguição policial.
O caso foi denunciado pelo Ministério público Federal à Justiça em janeiro deste ano por apologia da violência e desrespeito à presunção de inocência. “Todo mundo fala em liberdade de expressão. Tenho a minha opinião e não vou deixar de dar. Não tinha como evitar, era ao vivo”, defende-se o apresentador da atração, Marcelo Rezende, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. “O cidadão tem o controle, e o controle remoto está na mão dele. É só trocar de canal.”
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