Paulo Abrão: Manifestações mostram que Aécio sai diminuído

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil (Arquivo)
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil (Arquivo)

Paulo Abrão é ex-Secretário Nacional de Justiça de Dilma Rousseff, presidente da Comissão da Anistia, órgão vinculado ao Ministério da Justiça, e diretor do Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos do Mercosul. Para ele, as manifestações contra o governo Dilma Rousseff neste domingo (13) mostraram que Aécio Neves e o PSDB não conseguiram capitalizar a mobilização popular – já o juiz federal Sergio Moro é um novo herói nacional.  Para ele, os protestos de Porto Alegre mostraram também que existia espaço para atos pacíficos e organizados da esquerda.

Leia abaixo o post que Abrão publicou em sua página oficial do Facebook:

“Algumas conclusões do dia:
1. As manifestações foram dentro do controle. Nao afetam o transcurso da administração institucionalizada da crise.
2. Não houve adesão massiva dos pobres, mas sim da classe média e alta. Do contrário haveria milhões e milhões nas ruas. Toda manipulação tem limites.
3. Moro é um novo herói nacional. Aécio sai diminuído. PSDB não capitalizou. Se Moro admitir sair candidato em eleições desmoralizará a Lava Jato e ficará caracterizado o seu viés político-partidário para o resto da história.
4. Houve menos espaço para pedidos de intervenção militar. Por outro lado há uma explícita expansão de um pensamento fascista agressivo (Bolsonaro e seguidores).
5. A crítica é à política, de forma generalizada. Significa que há um vácuo para politizar o debate. E a esquerda é melhor nesse jogo.
6. Porto Alegre mostrou que existia espaço para atos pacíficos e organizados da resistência hoje. Adversário morto é o amedrontado. A mensagem veio do Sul: “Sí, se puede! Yes, we can! Ainda Podemos Brasil!”. Em gauchês: “Não tá morto quem peleia”.
7. Imprensa escolheu traduzir as manifestações como pedidos de saída de Dilma. A linha ficou revelada no editorial do Estadão.
8. A oposição esperava muito mais de hoje. Gastaram muita energia e dinheiro e muito tempo de TV. Se está difícil para a situação, está difícil para a oposição também.
9. O campo político da situação (e a Frente Brasil Popular) agora tem que ter serenidade e ser capaz também de demonstrar a sua força nos atos que convocaram para o dia 18. Que sejam pacíficos também.
10. Todos nós do campo democrático temos que seguir no rumo da busca de uma saída democrática para a crise, valorizando a luta social.”


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