Pelo menos seis pessoas e três veículos participaram na noite de quinta-feira (13) das chacinas de Osasco e Barueri, na Grande São Paulo, informou nesta sexta-feira (14) o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes.
Em nova entrevista no fim da tarde, em uma delegacia de Osasco, o secretário descartou que a morte de Itapevi, também na Grande São Paulo, tenha ligação com as de Osasco e Barueri. “Não há nenhum indício que relacione aquela morte em Itapevi com as de Osasco e Barueri.”
O secretário também negou que haja toque de recolher na região por causa das chacinas. “Não há qualquer possibilidade de toque de recolher. A população pode ficar absolutamente tranquila. Reforçamos a segurança em Osasco e região com 43 viaturas e 86 policiais militares, além do que já há na região”, disse Moraes.
De acordo com o secretário, um vídeo produzido por uma testemunha revelou que um dos carros usados nos crimes é um Peugeot de cor prata. Ele acrescentou que foi possível visualizar a presença de quatro pessoas.
Segundo Alexandre de Moraes, o veículo foi visto em cinco dos oito locais onde ocorreram as mortes em Osasco, mas não teve a placa anotada. Ainda em Osasco, a polícia identificou uma moto, com duas pessoas, em três dos oito locais de ataques. A polícia não descarta a participação de mais pessoas nos crimes de Osasco, onde 15 pessoas morreram e seis ficaram feridas.
Para Moraes, as pessoas da moto e do Peugeot têm relação. “São três os fatos que ligam o Peugeot à moto: o cruzamento de horários e a verificação de que eles cobriam locais previamente determinados entre ambos; chacinas anteriores na região com o mesmo padrão de um carro e uma motocicleta; e a afirmação de uma testemunha, que viu o carro e a moto em um mesmo momento”. Alexandre de Moraes acrescentou que as cápsulas eram do mesmo calibre.
Em Barueri, onde ocorreram três mortes, a polícia identificou um Sandero, também de cor prata, mas no vídeo não foi possível saber quantas pessoas estavam no veículo. As chacinas em Barueri e Osasco, maiores do ano, deixaram 18 mortos – seis com antecedentes criminais – e seis feridos.
Moraes destacou que as chacinas em Barueri e Osasco podem ter ligação. “Não foram as mesmas pessoas, os mesmos executores, mas não podemos descartar a possibilidade de um único grupo repartindo os executores.”
Cinco projéteis intactos foram retirados dos corpos das vítimas e serão analisados pela polícia Técnica e Científica na investigação. Duas testemunhas já foram ouvidas hoje e outras duas deverão ser ouvidas na manhã deste sábado (15). Segundo o secretário, as testemunhas não confirmaram a informação de que os criminosos, antes de atirar, separaram as vítimas entre os que tinham ou não antecedentes criminais.
Em dois dos oito ataques, os criminosos não estavam encapuzados mas, conforme Alexandre de Moraes, as testemunhas ouvidas até o momento disseram não ter condições de fazer um retrato deles.
A polícia trabalha com a hipótese de que os crimes sejam uma resposta à morte, na sexta-feira (7), em Osasco, do policial militar Avenilson Pereira de Oliveira. A hipótese é tão forte na polícia que, minutos antes do início da coletiva com o secretário, servidores da Secretaria de Segurança, apareceram com fotos de dois supostos autores da morte do policial.
A informação era que os dois homens, um de 26 e outro de 27 anos, foram identificados, estão foragidos e tiveram a prisão temporária decretada por 30 dias. O secretário afirmou que os responsáveis pela morte do policial foram identificados no sábado e não hoje.
Prefeitura de Osasco
“A polícia não identificou os dois latrocidas que mataram o policial militar na sexta-feira passada. Eles foram identificados 24 horas depois. No domingo, foi pedida a prisão preventiva de ambos. Desde domingo, a polícia os está procurando. Eles estão foragidos.”
Em nota, o prefeito de Osasco, Jorge Lapas, disse “lamentar profundamente as mortes. Ele se solidarizou com as famílias atingidas pela chacina. “O prefeito determinou que todas as providências sejam tomadas para atendimento e amparo às famílias osasquenses envolvidas no caso”, concluiu a nota.
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