A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta segunda-feira (21) a 19ª fase da Operação Lava Jato, intitulada Nessun Dorma (ninguém durma, em tradução livre do italiano). Ao todo, 35 policiais cumprem 11 mandados judicias – sete de busca e apreensão, um de prisão preventiva, um de prisão temporária e dois de condução coercitiva (quando a pessoa é levada à polícia para prestar depoimento) – em Florianópolis, São Paulo e Rio de Janeiro.
De acordo com a PF, o mandado de prisão preventiva é contra o ex-executivo da Engevix, José Antunes Sobrinho. Nesta fase da operação, a corporação investiga pessoas que podem ter atuado como intermediadores no pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos no exterior, em decorrência de contratos celebrados pela diretoria internacional da Petrobras.
Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, Sobrinho já é réu por suspeitas de participação em esquemas de corrupção da estatal. Ele já foi detido em Florianópolis e deve ser levado para a superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Outra questão abordada pela PF nesta fase da Lava Jato é o desdobramento da fase 15ª fase da operação, intitulada “Conexão Mônaco”, e que investiga agentes públicos e políticos que tenham se beneficiado com acordos da Petrobras. No Rio de Janeiro, um dos mandados de busca e apreensão será cumprido na construtora Mendes Júnior.
Quem também foi preso na nova fase foi o lobista do PMDB, João Augusto Rezende Henriques. De acordo com O Estado de S. Paulo, Henriques é apontado pela PF como um dos principais alicerces entre o partido e os esquemas de corrupção na Petrobras. Ele teria envolvimento com um pagamento de suborno de de US$ 31 milhões em um negócio da Diretoria Internacional da estatal em 2009, quando esta estava sob comando de Jorge Zelada.
“Foi verificado que uma das empresas sediadas no Brasil recebeu cerca de R$ 20 milhões, entre 2007 e 2013, de empreiteiras já investigadas na operação sob a acusação de pagamento de propinas para obtenção de favorecimento em contratos com a estatal”, informou a Polícia Federal em comunicado.
A Engevix já havia sido citada em uma das fases da operação, quando foi acusada de atuar como empresa de fachada, juntamente com a Andrade Gutierrez, e participar de um esquema que distribuiu R$ 4,5 milhões para a Eletronuclear, empresa de energia nuclear vinculada à Eletrobras.
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