O trabalho infantil no Brasil cresceu 4,5% no ano passado em relação a 2013, segundo revela a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2014, divulgada nesta sexta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a Pnad, em 2013, havia 3,188 milhões de crianças e adolescentes na faixa de 5 a 17 anos de idade trabalhando, e o contingente subiu para 3,331 milhões em 2014. Os meninos representam dois terços desse total.
Na faixa dos 5 a 13 anos de idade, em que não pode, por lei, haver trabalho, foi registrada a maior expansão: 15,5% para a faixa etária dos 5 aos 9 anos e 8,5%, dos 10 aos 13 anos. O aumento do trabalho entre adolescentes de 14 e 15 anos de idade aumentou 5,6%.
O crescimento foi menor, 2,7%, entre o contingente na faixa de 16 e 17 anos, em que o trabalho é permitido por lei. O IBGE destacou, porém, que embora o aumento tenha sido maior na faixa de 5 a 9 anos, a base é menor. Em números absolutos, o contingente de crianças trabalhando nessa faixa de idade cresceu de 61 mil pessoas para 70 mil.
De acordo com a Pnad, dos 3,3 milhões de pessoas ocupadas no grupo de 5 a 17 anos, 16,6% significavam pessoas na situação de trabalho infantil em todo o país, sendo que nas regiões Norte e Nordeste, essa taxa subiu para 27,5% e 22,4%, respectivamente. Também o nível de ocupação das pessoas nessa faixa de idade subiu em comparação a 2013, passando de 7,5% para 8,1%. O maior aumento foi observado no Norte (um ponto percentual), enquanto o menor (0,4 ponto percentual) ocorreu no Sudeste.
Mulheres ganham menos
Ainda segundo a pesquisa, as mulheres recebem, em média, 74,5% do rendimento dos homens. No ano anterior, a proporção atingia 73,5%. O rendimento médio mensal real, ou seja, descontada a inflação, alcançou R$ 1.987 entre os homens no ano passado, enquanto o das mulheres foi R$ 1.480. Na faixa de 15 anos ou mais de idade, entre a população em geral, o rendimento médio mensal ficou em torno de R$ 1.774, superando em 0,8% a média do rendimento apurado em 2013, que foi R$ 1.760. Já o rendimento médio mensal real domiciliar per capita cresceu 2,4%, subindo de R$ 1.217 para R$ 1.246.
Em 2014, o Brasil tinha 98,6 milhões de pessoas ocupadas, um aumento de 2,9% em comparação com 2013, enquanto a população em idade ativa evoluiu 1,7% no período. A proporção de pessoas ocupadas entre a população em idade ativa foi de 61,9% no ano passado, mostrando aumento de 61,2% em relação a 2013. Entre as mulheres, o aumento ficou em 51,2% e, entre os homens, 73,7%.
Sobre a forma de inserção no mercado de trabalho, a pesquisa revela que a participação dos empregados com carteira de trabalho assinada, 60,5 milhões de pessoas, diminuiu um ponto percentual, tendo alcançado 61,3% em 2014. Já os trabalhadores por conta própria evoluíram de uma fatia de 20,7% do pessoal ocupado para 21,4%, totalizando 21,1 milhões de pessoas.
O contingente de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado em atividade não agrícola, que somou 35,1 milhões de pessoas em 2014, aumentou 1% (mais 345 mil trabalhadores). Essa expansão só não ocorreu no Sudeste, que apresentou queda de 1,2%.
Desocupados
O contingente de pessoas desocupadas também aumentou em 2014. Eram 7,3 milhões de pessoas desocupadas no ano passado, 9,3% a mais que em 2013. A taxa de desocupação ficou em 6,9% no ano pesquisado, contra 6,5% em 2013.
O maior aumento do desemprego foi verificado na Região Sudeste, com um crescimento de 15,8% no número de pessoas desocupadas. Mais da metade, ou o correspondente a 56,7% dos desocupados, eram mulheres, e 28,3% do total de desocupados nunca tinham trabalhado.
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