O prefeito de Campo Grande (MS), Alcides Bernal (PP), foi cassado pela Câmara Municipal no início da madrugada desta quinta-feira (13) por 23 votos a 6.
Os vereadores tiraram o mandato de Bernal por meio de uma Comissão Processante, que o acusou de irregularidade em contratos emergenciais, firmados com três empresas que abasteciam as creches da cidade com gás de cozinha e alimentos.
Bernal defendeu-se das acusações em discurso que durou pouco menos de uma hora. Ele disse que a CPI criada era fruto de uma trama política orquestrada pelo PMDB, partido que comandou a prefeitura nas duas últimas décadas.
Bernal deixou o prédio da Câmara antes do início da votação. Ainda na defesa, o prefeito criticou desafetos políticos e a imprensa local – dois sites de notícias e um jornal impresso, que até o ano de 2012 teriam recebido da prefeitura, juntos, cerca de R$ 1,6 milhão.
O vice de Bernal, Gilmar Olarte, também do PP, assumiu a prefeitura ainda nesta manhã. Embora sejam do mesmo partido, Olarte e Bernal não conversam há quase um ano. O prefeito cassado acusa o vice de ter se alinhado ao PMDB e de ter participado da suposta trama para derrubá-lo.
Brasileiros pediu posicionamento oficial de Bernal após a votação, e a Superintendência de Comunicação da Prefeitura afirmou que o agora ex-prefeito considera a cassação um golpe político, já que as acusações foram “baseadas num relatório de CPI, julgado improcedente”. Bernal passou a manhã reunido com seus advogados para tentar reverter a situação, com um mandado de segurança.
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