Os professores da rede estadual paulista decidiram hoje (3), em assembleia, continuar em greve por tempo indeterminado, após 83 dias sem trabalhar, na maior paralisação da categoria desde 1989, quando o movimento durou 82 dias.
Ontem, eles caminharam do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, local da plenária, em direção à Praça da República, onde fica a sede da Secretaria Estadual de Educação. Nesta assembleia, havia também a proposta de manter a paralisação em dias determinados de mobilização, como a decisão sobre o dissídio na Justiça. A ideia, no entanto, foi rechaçada. Alguns professores temem que o movimento esteja começando a se esvaziar. “Hoje, mais gente votou pela suspensão da greve, mas a maioria ainda defende a continuidade”, disse a presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Noronha.
Os professores reclamam que o governo não abre negociação, e a resposta é que a data-base da categoria será apenas em julho. De acordo com a presidenta do sindicato, a adesão diminuiu nas últimas semanas, mas, ainda assim, cerca de 30% da categoria representam numericamente algo significativo, em torno de 230 mil professores. “Sabemos que vai baixar. Uma coisa é trabalhar com ideal e outra com real”, explicou.
A Apeoesp estima que 15 mil pessoas participaram da assembleia de ontem. A Polícia Militar, que acompanhou o protesto, calculou que 600 pessoas estiveram presentes.
Em nota, a Secretaria Estadual da Educação disse que já foram realizadas neste ano oito reuniões de negociação com a Apeoesp e que garantiu a construção de uma nova política salarial com data-base em julho, além de outros benefícios aos docentes. Na última gestão, informa a Scretaria, foram concedidos 45% de aumento em quatro anos e consolidados os mecanismos de promoção por mérito e desempenho. “O bônus chegou ao valor histórico de R$ 1 bilhão”, diz texto da nota.
Deixe um comentário