O PSC (Partido Social Cristão), de deputados polêmicos, como Jairo Bolsonaro (RJ) e Marco Feliciano (SP), indicou para a presidência da Funai (Fundação Nacional do Índio) o general da reserva do Exército Sebastião Roberto Peternelli Junior, 61 anos, apoiador confesso do golpe civil-militar de 1964.
Em março último, o general postou em uma rede social uma homenagem ao golpe. O texto dizia: “52 anos que o Brasil foi livre do maldito comunismo. Viva nossos bravos militares! O Brasil nunca mais vai ser comunista”. Mais de 750 pessoas compartilharam a imagem.
A informação é do jornal Folha de S.Paulo, que recebeu a confirmação do convite pelo próprio general. Ele aceitou o posto, a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) já aprovou seu nome, mas a decisão final cabe ao Palácio do Planalto.
Apesar dos elogios a 64, Peternelli já escreveu que é contra outro levante militar porque “estamos em um Estado democrático, as instituições funcionam normalmente e não vejo motivos para nenhuma intervenção militar”.
Questionado pela reportagem sobre sua política indigenista, o general disse que “gostaria de esperar [para falar], até para não estar dando declarações sem efetivamente estar credenciado formalmente para a atividade”.
Nascido em Ribeirão Preto, Peternelli foi candidato a deputado federal pelo PSC em 2014, mas não foi eleito após 10.953 votos.
Política Indígena
A decisão contraria desejo do líder indígena Marcos Terena. Ele defende que o cargo de presidente da Funai seja ocupado por um indígena. “Existem muitas lideranças indígenas com formação acadêmica maior do que a de alguns dirigentes que passaram pela Funai”, disse. “A vitória seria tanto para os indígenas quanto para o governo, que faria algo inédito”.
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