Qual é a escola do Brasil de hoje?

Após pausa para o almoço, o seminário Educação: Gestão e Tecnologia – Pilares para a Eficácia, que é organizado pela Brasileiros e acontece na Universidade Mackenzie, voltou quente.

Com o painel “A Escola que Temos e a Escola que necessitamos”, quem abriu o debate foi Maria Alice Setúbal, presidente dos Conselhos do Centro de Estudos e Pesquisas em educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). Seguindo a linha de outros palestrantes que falaram pela manhã, a educadora disse ser fundamental pensarmos a educação brasileira de forma coletiva, o que, segundo ela, não vem acontecendo atualmente. “Avançamos muito, é verdade, porém, muito ainda precisa ser feito. Apenas metade de nossas crianças e jovens aptos frequentam o ensino médio, isso é um absurdo para um país com as nossas pretensões!”, Apontou ela.

Na sequencia, o inspirado César Nunes, professor titular da Faculdade de Educação da Unicamp, fez duras críticas aos modelos educacionais adotados ao longo da história do nosso país e arrancou aplausos da platéia. “Para debatermos essa questão, é preciso conhecer e discutir o que foi feito de nossa escola, começamos errado desde o começo, desde os jesuítas”, opinou ele. Para o professor, nosso modelo está totalmente errado, uma vez que visa o mercado de trabalho e acaba não preparando os alunos de forma social, cultural e ética. “A nossa escola não foi pensada de forma orgânica, ela é cheia de provas, de testes, tem o terrível vestibular, que não mede de maneira nenhuma a cultura ou a inteligência de ninguém… Nosso modelo é uma máquina de moer nossas crianças e jovens”, terminou ele.

Após o discurso de impacto do professor, foi a vez de Jair Ribeiro da Silva Neto, CEO do Banco Indusval & Partners e fundador da Associação Parceiros da Educação, fechou a mesa balanceando um pouco e contrastando o discurso anterior. Defensor do apoio da iniciativa privada na educação, ele disse acreditar que, hoje, a educação é o principal divisor social do Brasil. O empresário contou que há 9 anos começou um trabalho de apoio em uma escola pública na comunidade carente de Paraisópolis, em São Paulo. “Fui envolvendo mais empresas no projeto, hoje ajudamos 63 escolas”, revelou, que terminou o seu breve depoimento afirmando que, em sua opinião, é sim preciso desenvolver o senso crítico da criança desde cedo nas escolas e isso seria muito mais fácil de se alcançar em uma realidade integral de ensino.


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