Quatro em cada dez deficientes são vítimas de preconceito no trabalho

Deputados discutem mudanças na legislação sobre cotas para deficientes - Foto: Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Debate sobre mudanças na lei de cotas para deficientes – Foto: Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Uma pesquisa realizada pela consultoria Talento Incluir em parceria com o site Vagas.com mostrou que 4 em cada 10 profissionais com deficiência já foram vítimas de preconceito no trabalho. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, responderam a pesquisa pela internet 4.319 pessoas com deficiência, todas com currículos cadastrados no Vagas.com. O bullying foi a forma de discriminação mais comum, apontada por 57% dos que dizem ter sofrido preconceito.

A Folha traz como exemplo o caso de Ingridy Rodrigues, 22, estudante de ciências da computação, que caminha com auxílio de muletas. Segundo ela, em uma das empresas em que trabalhou como auxiliar, colegas mancavam perto dela zombando de seu jeito de andar. Deixou o emprego após um mês e meio.

Não foi a única dificuldade. Rodrigues diz ter atuado em uma companhia onde precisava carregar peso e em outra que exigia dela que caminhasse muito pela cidade: “São empresas que contratam para cumprir cota, não têm interesse de verdade no meu trabalho”.

A Lei de Cotas define que empresas com mais de cem funcionários devem ter um percentual de profissionais com deficiência que varia de 2% a 5% (quanto mais funcionários, maior a cota). Segundo a pesquisa mais de 60% dos pesquisados dizem enfrentar dificuldades no mercado.

Para a cadeirante Carolina Ignarra, sócia da Talento Incluir, a acessibilidade é citada por apenas 16% das pessoas com deficiência como um problema. A falta de oportunidades para o perfil do candidato (66%) e os salários baixos (40%) foram os problemas mais relatados: “No Brasil, já vivemos dificuldade nas cidades, no transporte, nas casas. Elas nos fizeram estar adaptados para viver em um mundo que não é o ideal. Acessibilidade importa, mas nem sempre é disso que a pessoa com deficiência mais precisa”, disse ela à Folha.

Segundo Ignarra, empresas devem perceber que profissionais com deficiência podem se desenvolver na carreira, em vez de sempre ocupar vagas de salário baixo, reservadas apenas ao cumprimento das cotas. 


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