“Queremos dialogar com o País”, diz líder do governo

Foto: Marcelo Camargo/Fotos Públicas (30 de março de 2015)
Foto: Marcelo Camargo/Fotos Públicas (30 de março de 2015)

As medidas econômicas anunciadas nesta segunda (14), pelo governo, para reequilibrar o Orçamento e as contas públicas, foram criticadas pelo presidente  da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para quem o ajuste será para os outros pagarem. 

Já o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), elogiou as medidas e disse que elas reequilibram a economia e apontam para a retomada da credibilidade do governo. “Elas reequilibram, sem tirar nenhum direito, e apontam para a retomada da credibilidade do governo perante o país e os investidores internacionais. O governo cortou na sua própria carne, ao reduzir despesas discricionárias”, disse Guimarães.

Segundo o parlamentar, o governo já tinha feito um corte na proposta orçamentária encaminhada ao Congresso, de R$ 134 bilhões. “Medidas anteriores já haviam sido tomadas e agora estamos equilibrando a despesa com a receita para atingir dois objetivos centrais: a questão do orçamento e sinalizar o superávit de 0,7. Isso é para quem tem responsabilidade fiscal com o País”.

Ao contrário de Guimarães, Eduardo Cunha, que desde o mês de julho se declarou oposição ao governo,  disse que a maior parte dos cortes anunciados pelo governo depende “dos outros”. “75% dos cortes anunciados são dependentes de terceiros. Quando o governo anuncia 26 bilhões de cortes ele está colocando R$ 7 bilhões no adiamento do reajuste do funcionalismo; R$, 7,6 bilhões redirecionando as emendas parlamentares nos programas dele [governo]; e R$ 4,8 bilhões passando a despesa do Minha Casa, Minha Vida para a conta dos trabalhadores no FGTS”, disse Cunha.

De acordo com o presidente da Câmara, 75% dos cortes constantes das medidas “não são despesas que o governo cortou. O governo está fazendo um ajuste na conta dos outros. Então é um pseudo corte de despesa”, criticou.  Cunha disse também que acha pouco provável a aprovação de medida reeditando a CPMF.

Já o líder do governo defendeu a aprovação do imposto. Segundo Guimarães, o governo propôs uma alíquota pequena, metade de quando o imposto foi criado durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que era de 0,38%. “É muito pouco o que estamos pedindo: 0,20%”. Guimarães disse ainda que as medidas são necessárias para o País sair da crise e retomar o crescimento.

“Queremos dialogar com o País, retomar a agenda, o Orçamento está equilibrado”,  pontuou o líder para quem, mesmo com as medidas, os programas do governo estão mantidos, sendo apenas reavaliados. “Isso é para quem tem responsabilidade fiscal com o País. Não são medidas amargas, são medidas razoáveis, consistentes e que precisam passar pelo profundo diálogo com o Congresso, com a sociedade brasileira e com os nossos investidores” disse. “A presidenta não está cortando nenhum programa. Tudo [que consta] dos programas que estão sendo executados estão sendo mantidos. Não está se retirando nenhum direito”, acrescentou.


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