No caminho do mar de lama em Mariana, Minas Gerais, está a cidade de Aimorés, onde fica o Instituto Terra, fundado pelo fotógrafo Salgado e sua mulher, Lélia Wanick Salgado, no final dos anos 1990.
O instituto, que promove o desenvolvimento do Vale do Rio Doce, conta, em diversos projetos, com o apoio da Vale, acionista da mineradora Samarco, junto com a australiana BHP. Um dos apoios foi dado ao grandioso projeto Gênesis, em que Salgado visitou 32 regiões do mundo, entre 2004 e 2012, com patrocínio da Vale, para registrar alguns dos locais mais intocados do planeta.
Por conta dessa parceria, internautas pedem um posicionamento do instituto e do próprio Salgado com relação ao rompimento das barragens. “Nenhum comentário sobre o desastre no rio Doce?”, pergunta Fernando Lessa. “Por favor, se posicionem quanto ao acidente da Samarco! É o mínimo que esperamos de vcs”, escreve Regina Zeitoune.
Procurado pelo jornal Estado de Minas, a assessoria do fotógrafo informou que “ele está ciente e preocupado com o que aconteceu, mas não vai se manifestar sobre o caso porque sua ‘agenda está com muitos compromissos’”. Em sua página oficial, o Instituto Terra não publica nenhum comentário desde o último dia 4 – o rompimento das barragens ocorreu no dia 5.
De acordo com o portal local Aimorés Online, a lama com rejeitos com maior nível de turbidez está passando por Conselheiro Pena e deve chegar a Aimorés durante a tarde de amanhã.
A presidenta Dilma Rousseff, que sobrevoou hoje a região da catástrofe, afirmou que o Ibama vai aplicar multas à mineradora Samarco de R$ 250 milhões por danos ambientais. “Várias legislações, entre elas federais, foram descumpridas”, disse ela, em entrevista à imprensa em Governador Valadares.
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